Complicação pós-cirúrgica de enxerto ósseo em mandíbula pós-ressecção de ameloblastoma: a importância da colaboração do paciente

Autores

  • Salmo Cortiglio
  • Bruna da Fonseca Wastner
  • Joana Leticia Vendruscolo
  • Flavia Hinterholz Lauschner
  • José Luis Dissenha

DOI:

https://doi.org/10.21270/archi.v7i4.2989

Resumo

O ameloblastoma é um tumor local invasivo que se origina do remanescente da lâmina dentinária e do epitélio odontogênico. O objetivo deste trabalho é apresentar um caso de ameloblastoma multicistico tratado com ressecção óssea ampla e reconstrução imediata que sofreu complicações pós-operatórias. Paciente do sexo masculino, 32 anos, foi atendido no Pronto-Socorro do Hospital e Maternidade do Município de São José dos Pinhais – PR relatando parestesia na região de mandíbula direita. No exame físico, observou-se tumefação indolor na região dos molares de coloração similar aos tecidos adjacentes. A radiografia panorâmica mostrava lesão radiolúcida multilocular em mandíbula direita, com aproximadamente 4 centímetros de diâmetro. Foi realizada biópsia incisional e o exame histopatológico foi compatível com ameloblastoma multicistico. O tratamento definitivo proposto foi ressecção ampla e reconstrução com enxerto de crista ilíaca. Após 60 dias, o paciente voltou relatando dor e edema na área operada. Na radiografia panorâmica observou-se deslocamento do enxerto no coto e do material de osteossíntese. Paciente informou ter sido preso nesse período e negligenciado os cuidados pós-operatórios. Foi programada nova intervenção cirúrgica. O enxerto não foi fixado novamente devido contaminação da região. O mesmo retornou após 1 semana sem os elásticos e referiu que não irá realizar o tratamento proposto. Cirurgias radicais geralmente acarretam aos pacientes sérias complicações. Entretanto, o ameloblastoma tem alta incidência de recidiva quando não removido adequadamente, tornando a ressecção cirúrgica do tumor, o tratamento de escolha para esse tipo de lesão. Porém, a adesão do paciente ao tratamento proposto é fator decisivo para controle efetivo da lesão e para a boa evolução do quadro.

Descritores: Ameloblastoma; Unidade Hospitalar de Odontologia; Procedimentos Cirúrgicos Bucais.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Agani Z, Hamiti-Krasniqi V, Recica J, Loxha MP, Kurshumliu F, Rexhepi A. Maxillary unicystic ameloblastoma: a case report. BMC research notes. 20169: 469.

Dandriyal R, Gupta A, Pant S, Baweja HH. Surgical management of ameloblastoma: Conservative or radical approach. Natl J Maxillofac Surg, 2011; 2(1):22-7.

Davanian H, Balasiddaiah A, Heymann R, Sundström M, Redenström P, Silfverberg M et al. Ameloblastoma RNA profiling uncovers a distinct non-coding RNA signature. Oncotarget. 2017; 8(3): 4530-42.

Martin Y, Sathyakumar M, Premkumar J, Magesh KT. Granular cell ameloblastoma. J Oral Maxillofac Pathol. 2017; 21(1):183.

Carvalho KM, Dhupar A, Spadigam A, Syed S. Ameloblastoma: A 16-year clinicopathological study on Goan population. Indian J Pathol Microbiol 2017; 60(2):157-60.

Bataineh AB. Effect of preservation of the inferior and posterior borderson recurrence of ameloblastomas of the mandible. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod. 2000; 90(2):155-63.

Jain K, Sharma G, Kardam P, Mehendiratta M. Unicystic ameloblastoma of mandible with an unusual diverse histopathology: a rare case report. J Clin Diagn Res. 2017; 11(4): ZD04-05.

Montoro JRMC, Tavares MG, Melo DH, Franco RL, Mello-Filho FV, Xavier SP et al. Ameloblastoma mandibular tratado por ressecção óssea e reconstrução imediata. Rev Bras Otorrinolaringol. 2008; 74(1):155-7.

Mendenhall WM, Werning JW, Fernandes RDMD, Malyapa RS, Mendenhall NP. Ameloblastoma. Am J Clin Oncol. 2007; 30(6):645-8.

Chapelle KA, Stoelinga PJ, de Wilde PC, Brouns JJ, Voorsmit RA. Rational approach to diagnosis and treatment of ameloblastomas and odontogenic keratocysts. Br J Oral Maxillofac Surg. 2004; 42(5): 381-90.

Hong J, Yun PY, Chung IH, Myoung H, Suh JD, Seo BM et al. Long-term follow up on recurrence of 305 ameloblastoma cases. Int J Oral Maxillofac Surg. 2007; 36(4):283-8.

Fardin AC, Jardim ECG, Pereira FC, Guskuma MH, Aranega AM, Garcia Junior IR. Bone graft in dentistry: review of literature. Innov. Implant. J. 2010; 5(3):48-52.

Valcania T, Panarello AF, Chaves-Júnio AC, Palma FR, Beltrão GC. Reconstrução de maxila utilizando enxerto ósseo da crista ilíaca. Rev Robrac. 2004; 13(36):20-4.

Mendonça JCG, Lima CMC, Terra GAP. Uso de enxerto ósseo autógeno de crista ilíaca na reconstrução de fenda alveolar em paciente fissurada: relato de caso. Rev Bras Cir Craniomaxilofac. 2011; 14(3):162-5.

Ribeiro Junior O, Gouveia MM, Alves CAF, Guimarães Junior J. Princípios da reconstrução mandibular com enxerto ósseo vascularizado. Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-fac. 2008; 8(1):15-22.

Downloads

Publicado

2018-05-14

Como Citar

Cortiglio, S., Wastner, B. da F., Vendruscolo, J. L., Lauschner, F. H., & Dissenha, J. L. (2018). Complicação pós-cirúrgica de enxerto ósseo em mandíbula pós-ressecção de ameloblastoma: a importância da colaboração do paciente. ARCHIVES OF HEALTH INVESTIGATION, 7(4). https://doi.org/10.21270/archi.v7i4.2989

Edição

Seção

Artigos