Perfil dos pacientes e características clínicas da dor na lesão traumática não obstétrica do plexo braquial

Autores

  • JG Oliveira
  • MCVM Garutti
  • ALL Rodrigues
  • DTRM Fernandes
  • R Galhardoni
  • I Raicher
  • DC Andrade
  • MJ Teixeira

Resumo

INTRODUÇÃO: O plexo braquial é formado pelas raízes espinais de C5 a T1, podendo ocasionalmente incluir C4 e T2. As LTPB (lesões traumáticas do plexo braquial) não obstétricas são lesões graves, complexas, altamente incapacitantes e que atingem um grupo etário jovem, geralmente aparecem em consequência de acidentes motociclísticos. OBJETIVOS: Os objetivos foram determinar o perfil dos pacientes e as características clínicas da dor na lesão traumática não obstétrica do plexo braquial. MATERIAL E MÉTODO: Trata-se de estudo transversal envolvendo pacientes consecutivamente avaliados de agosto de 2012 a abril de 2013 no Ambulatório de Neurologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo/HC-FMUSP. Até o momento foram incluídos 19 pacientes com história de trauma com avulsão ou ruptura do plexo braquial e dor crônica. Tivemos como critério de exclusão os pacientes com idade inferior a 15 anos, doença psiquiátrica com comprometimento cognitivo e lesão não traumática de plexo braquial. Os critérios diagnósticos para lesão do plexo braquial foram a avaliação clínica, eletroneuromiográfica e de mielotomografia ou ressonância magnética. RESULTADOS: As LTPB não obstétricas ocorreram em 100% em pessoas do sexo masculino entre 16 e 51 anos com média de 28 ± 8 anos. Em 73,7 % dos casos, as causas da lesão são acidentes de moto, seguidos por 10,5 % automobilísticos, 5,3 % ocupacional e 5,3 % atropelamento. A dor neuropática foi diagnosticada em 84,2%. Com relação à frequência de dor no membro acometido: 57,9% sentiam dor todos os dias, 21,1% quase todos os dias, 10, 5% poucos dias por semana e em 10,5 % poucas vezes por mês. A cronicidade teve mediana de 43 semanas. A dor classificada como mais importante localizou-se em 45,3% na mão ipsilateral e mediana EVA= 70 mm. CONCLUSÃO:O perfil dos pacientes com LTPB não obstétrica do Ambulatório de Neurologia do HC-FMUSP são de pacientes jovens, com idade média de 28 anos, do sexo masculino, que sofreram em sua maioria lesões associadas a acidentes de motocicleta. A dor comumente desenvolvida foi neuropática de intensidade moderada, todos os dias, com aproximadamente 11 meses e predomínio na mão ipsilateral à lesão.

DESCRITORES: Plexo Braquial; Lesão Traumática; Dor.

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Referências

Ferreira AC, Henriques MF, Batista F. Lesões traumáticas do plexo braquial. Acta MéDica Portuguesa 1998; 11(2), 129-34

Santos JG, Brito JO, De Andrade DC, Kazylama VM, Ferreira KA, Souza I, Teixeira MJ, Bouhassira D, Baptista AF. Translation to Portuguese and Validation of the Douleur Neuropathique 4 Questionnaire. J Pain, 2009, 11(5) 484-90.

Tung TH, Mackinnon SE. Brachial plexus injuries. Clin Plast Surg. 2003; 30:269–87.

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Publicado

2013-11-10

Como Citar

Oliveira, J., Garutti, M., Rodrigues, A., Fernandes, D., Galhardoni, R., Raicher, I., Andrade, D., & Teixeira, M. (2013). Perfil dos pacientes e características clínicas da dor na lesão traumática não obstétrica do plexo braquial. ARCHIVES OF HEALTH INVESTIGATION, 2(4-Supp.3). Recuperado de https://archhealthinvestigation.com.br/ArcHI/article/view/295