Tratamento com ocitocina melhora qualidade e força óssea de ratas na periestropausa

Resumo

A ocorrência de osteoporose em mulheres na perimenopausa é crescente e a necessidade de alternativas preventivas também. Pesquisas evidenciam ação anabólica da ocitocina (OT) sobre a remodelação óssea e receptores de OT em osteoblastos e osteoclastos humanos foram detectados. Embora resultados demonstrem esta atuação, a ação da OT em organismos senescentes, em período de transição para a menopausa (perimenopausa), não está esclarecida. O objetivo deste estudo foi analisar a atuação da OT no metabolismo ósseo de ratas Wistar senis (18 meses), no período da periestropausa. Ratas (20) foram distribuídas nos grupos: Controle (C) e Tratado/OT (Ot). Após confirmação da irregularidade do ciclo estral, foram administradas duas injeções (ip) de NaCl (0,15M-C) ou OT (134μg/Kg-Ot), com 12 horas de intervalo. Após 35 dias das injeções, foi realizada remoção cirúrgica dos fêmures para análises de imunoistoquímica, microtomografia óssea, densitometria óssea, ensaio mecânico e coleta sanguínea para ensaio sorológico. A análise dos pesos uterino e ovariano não demonstrou diferenças estatísticas. A imunomarcação das proteínas BMP2/4, ESC, PER e TRAP não diferiu entre os grupos. A microtomografia óssea cortical evidenciou maior área óssea (Ct. Ar) (p=0,00416) e menor porcentagem de poros (Ct. Po) (p=0,0102); densitometria óssea: maior densidade mineral óssea (DMO) (p=0,0140) e conteúdo mineral ósseo (CMO) (p=0,0128); ensaio mecânico: maior força máxima (p=0,0003) e rigidez óssea (p=0,0145); e a dosagem sorológica: maior atividade da FAL (p=0,0138) e menor atividade da TRAP (p=0,0045) no grupo Ot. Concluímos que a administração de OT foi eficaz na melhora da qualidade, força e rigidez óssea, destacando-a como potencial estratégia para prevenção da osteoporose primária. Ressaltamos a importância destes dados como base para o direcionamento de pesquisas pré-clínicas.

Descritores: Envelhecimento; Osso e Ossos; Osteoporose; Ocitocina.