Fatores desencadeantes e associados de migrânea em um hospital infantil em São Paulo, Brasil, 2005-2012
Resumo
INTRODUÇÃO: Os fatores desencadeantes são capazes de, isolados ou em combinação, induzir uma crise de migrânea em indivíduos suscetíveis. Por outro lado, acompanhando as crises álgicas, também podem coexistir os sintomas associados. Muitos estudos sobre os fatores desencadeantes foram realizados, porém a maioria deles examinou a migrânea em adultos. Em comparação, estudos sobre migrânea infantil são escassos. OBJETIVO: Delinear a prevalência de fatores de desencadeantes e associados de migrânea em crianças atendidas com queixa de cefaleia no ambulatório terciário de neuropediatria do hospital Darcy Vargas. MATERIAL E MÉTODO: Estudo retrospectivo por meio da avaliação e coleta de dados de prontuários de pacientes consecutivos, com queixa de cefaleia, matriculados no Serviço de Neuropediatria do Hospital Infantil Darcy Vargas – São Paulo/SP, no período 2005 a 2012. Para migrânea, adotou-se como critério diagnóstico o da Sociedade Internacional de Cefaleia de 2007 e todos os pacientes foram atendidos pelo mesmo médico neurologista. RESULTADOS: De 109 casos de cefaleia, 77 casos receberam diagnóstico de migrânea. A maioria dos pacientes relataram múltiplos fatores desencadeantes e associados. Os principais fatores desencadeantes encontrados foram: jejum (16,2%), sol (15,7%), barulho (12,4%), clima quente (9,7%), luz/claridade (9,7%), falta de sono (6,5%), exercício físico (4,9%), chocolate (3,8%), e estresse (3,8%). Os principais fatores associados foram fonofobia (26,3%), fotofobia (24,7%), náuseas (15,1%), vômitos (11,9%), intolerância ao exercício (8,7%), tontura (6,1%) e osmofobia (1,3%). CONCLUSÃO:A presença de pelo menos um fator desencadeante foi encontrado em 72% dos casos. Os fatores ambientais foram os mais encontrados, sendo a exposição ao sol o mais frequente. O jejum foi o fator alimentar mais frequente, enquanto a privação de sono foi o fator relacionado ao sono mais encontrado. Com relação aos sintomas associados, 96% dos pacientes apresentavam pelo menos um, sendo a fonofobia, fotofobia, náuseas, vômitos, intolerância ao exercício e tontura os mais encontrados.DESCRITORES: Prevalência; Fatores Desencadeantes; Migrânea; Criança.
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Referências
Classificação Internacional das Cefaleias. 2 ed. Sociedade Internacional de cefaleia, 2006.
Fraga MDB, Pinho RS, Andreoni S; et al. Trigger factors mainly from the environmental type are reported by adolescents with migraine. Arq. Neuropsiquiatr. 2013;71(5):290-3.
Neut D, Fily A, Cuvellier JC, Vallé L. The prevalence of triggers in paediatric migraine: a questionnaire study in 102 children and adolescents. J Headache Pain, 2012, vol. 13, p. 61–65.
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Publicado
2013-11-10
Como Citar
Fugihara, F., Wajman, L., Carvalho, G., Oliveira, J., Murayama, R., & Plaggert, P. (2013). Fatores desencadeantes e associados de migrânea em um hospital infantil em São Paulo, Brasil, 2005-2012. ARCHIVES OF HEALTH INVESTIGATION, 2(4-Supp.3). Recuperado de https://archhealthinvestigation.com.br/ArcHI/article/view/286