GradO - o27 Bases biológicas da hipersensibilidade aos antibióticos

Abstract

As reações de hipersensibilidade são frequentes e têm consequências, variando de reações cutâneas leves a reações sistêmicas sérias. Este estudo teve como objetivo avaliar a ocorrência dessas reações, discutindo os mecanismos envolvidos nessas reações. Realizou-se levantamento bibliográfico junto às bases de dados SciELO e PubMed utilizando-se dos descritores “hipersensibilidade a drogas”, “antibacterianos”, “alergia e imunologia” e suas versões em inglês. Paralelamente, as fichas clínicas de 386 pacientes odontológicos atendidos desde 200 junto ao laboratório de Microbiologia e Imunologia foram analisadas para avaliar a frequência dessas reações. A ocorrência de alergias aos antibióticos foi relatada por 6,2% dos pacientes. As reações às penicilinas foram predominantes (4,7%), seguidas da sulfanilamida (1,0%) e das cefalosporinas (0,5%). A sintomatologia predominante foi essencialmente cutânea. Também foram analisadas as consequências, diagnóstico e prevenção das alergias aos antimicrobianos. A literatura revelou que maioria das alergias foi dependente de medicamentos haptenização. Embora clinicamente classificadas em reações imediatas e aceleradas, associadas com respostas humorais, ou mediadas por linfócitos T, também chamadas de tardias, que reconhecem o antígeno apresentado por células apresentadoras, resultando no recrutamento de diferentes tipos celulares, desencadeando a inflamação tecidual, os clínicos e pacientes dão pouca importância a esse último grupo de reações por considerarem-no pouco comum ou menos agressivo, o que é um engano. Este estudo concluiu que os β-lactâmicos foram as drogas mais alergênicas e a grande maioria das reações imunes foram desencadeadas contra eles. O tratamento de dessensibilização deve ser considerado a última abordagem clínica devido aos seus riscos para os pacientes.

Descritores: Hipersensibilidade a Drogas; Antibacterianos; Alergia.