GradP - o75 Resistência aos macrolídeos e lincosaminas em anaeróbios bucais

Abstract

Os macrolídeos estão entre as drogas mais utilizadas em Odontologia, enquanto as lincosaminas são bastante efetivas frente a organismos anaeróbios. Entretanto, a resistência a essas drogas pode comprometer seriamente sua eficácia e emprego clínicos. Esse estudo objetivou avaliar os diferentes padrões de susceptibilidade aos macrolídeos e lincosaminas, bem como a distribuição dos principais marcadores de resistência a essas drogas no biofilme. Testes de susceptibilidade de 320 microrganismos isolados de infecções de cabeça e pescoço,  biofilome bucal de pacientes com periodontite ou hospitalizados, realizados entre 2000 e 2015, pelo métodos de diluição em ágar, em condições de microaerofilia ou anaerobiose, foram avaliados. O DNA das amostras resistentes à eritromicina, azitromicina, claritromicina, clindamicina ou lincomicina foi extraído e a presença dos genes ermA, ermB, ermC, ermF e ermF/ermX foi detectada utilizando-se da reação em cadeia da polimerase (PCR), em condições de amplificação especifica para cada marcador. No geral, 6,3% dos isolados eram resistentes à azitromicina, enquanto 13,1% e 3,8% o foram para a eritromicina e claritromicina, respectivamente, com destaque para o gênero Fusobacterium. Quanto aos genes envolvidos, os marcadores ermF e ermBforam os mais frequentes, sendo detectados de 32,9% e 25,3% dos resistentes, respectivamante. Os resultados evidenciaram que a grande maioria dos anaeróbios e microaerófilos de importância clínica, com exceção das fusobactérias, apresenta sensibilidade a esse grupo de fármacos antimicrobianos, mas sugerem que a utilização de drogas como a clindamicina seja condicionada à avaliação clínica detalhada no pós-operatório, como forma de minimizar a ocorrência de infecções refratárias, associadas a linhagens microbianas altamente resistentes aos principais antimicrobianos.

Descritores: Antibacterianos; Resistência Microbiana a Medicamentos; Genética.

Agradecimentos/Apoio Financeiro: FAPESP (Processo  2012/54851-0)