Percepção do acadêmico de Odontologia canhoto sobre sua condição e a prática clínica

Abstract

O canhoto pode apresentar maior risco de desenvolver doenças ocupacionais caso não possua condições adequadas de trabalho. Nesse sentido, é fundamental que durante a formação profissional, as instituições de ensino estejam preparadas para receber esse público alvo, que representa aproximadamente 10% da população. O objetivo neste trabalho foi analisar as dificuldades relatadas por estudantes de odontologia canhotos em atividades clínicas e laboratoriais. Trata-se de uma pesquisa descritiva, do tipo inquérito, realizada na Faculdade de Odontologia de Araçatuba - UNESP. A amostra foi composta por 37 estudantes canhotos matriculados do 2º ao 5º ano do período integral e do 2º ao 6º ano do período noturno. Foi aplicado um questionário semi - estruturado sobre o tema, desenvolvido pelos pesquisadores. As variáveis estudadas foram: preconceito por se apresentar na condição de canhoto, riscos de se adquirir complicações músculo - esqueléticas, desempenho nos procedimentos odontológicos e o apoio institucional. Do total de entrevistados, 37. 70 % eram do gênero feminino e a média de idade foi de 21,8 anos. A maioria (81%) dos entrevistados relatou não ter sofrido discriminação devido à sua condição de canhoto. Dos pesquisados, 40% acreditam estar em situação de maior risco de aquisição de complicações músculo esqueléticas e 43% relataram que teriam melhor desempenho clínico se fossem destros. Quanto ao apoio institucional, 81% dos entrevistados relataram que a instituição não oferece apoio durante as atividades clínicas, e 11% indicaram utilizar os equipamentos adaptados para canhotos nas clínicas da faculdade. Grande parte dos canhotos afirmaram que tiveram prejuízos no desempenho clínico e ainda perceberam risco à saúde em função de sua condição.

Descritores: Canhotos; Apoio Institucional; Discriminação.