Disfunção temporomandibular (DTM) em portador de trismo submetido a tratamento oncológico de radioterapia – relato de caso

Autores/as

  • Mateus dos Santos Frazão, Ana Luisa Almeida do Nascimento, Giderlane Daianny de Souza Silva, Laís Rodrigues da Silva, Luciana Barbosa Sousa de Lucena

Resumen

Introdução: O tratamento oncológico com radioterapia na região de cabeça e pescoço ocasiona diversos efeitos colaterais, incluindo o trismo. Este ocorre em decorrência da destruição celular, atrofia e fibrose do tecido muscular acometido pela radiação. Relato de caso: Paciente B.C.W.N., sexo feminino, 54 anos, procurou o Serviço de Controle da dor Orofacial – HULW/UFPB com queixa de travamento da mandíbula, dificuldade em se alimentar e dor intensa na face no lado esquerdo, durante a realização de tratamento endodôntico. Na anamnese a paciente relatou historia pregressa de câncer em base de língua há quatro anos, submetida a 43 sessões de radioterapia e bruxismo durante o sono. Os sintomas de dor e travamento mandibular surgiram após a radioterapia, sendo exacerbados há um mês durante o tratamento endodôntico do 37, com longo período com a boca no grau máximo de abertura durante as sessões. Escala Visual Analógica (EVA) com pontuação 10 na consulta inicial. Ao exame físico observou-se osteorradionecrose em região anterior de mandíbula, dores à palpação do M. masseter lado E, região submandibular e ângulo mandibular lado D, limitação da abertura bucal (26mm), com deflexão mandibular para o lado D associada à dor na ATM E e ausência de estalidos. Hipótese diagnóstica de trismo e disfunção temporomandibular (DTM) articular - deslocamento do disco sem redução na ATM E. O tratamento incluiu aconselhamento com mudança de hábitos, postura de sono e controle de estresse; fisioterapia caseira de calor úmido; massoterapia e farmacoterapia (analgésico e relaxante muscular). Após uma semana de uso da terapêutica medicamentosa houve remissão do quadro álgico (EVA=7), porém sem melhoria da abertura bucal. Seguiu-se com a confecção de Jig superior protusivo imediato, de canino a canino, com uso diário diurno e noturno por 21 dias, obtendo-se amplitude da abertura bucal (31mm), Eva nota 6, aparecimento de estalido na ATM E e melhoria na qualidade do sono. O jig foi readaptado estendendo-se com o recobrimento dos dentes posteriores, funcionando como placa oclusal provisória com uso por 60 dias, alcançando abertura bucal de 37mm e EVA nota 0.  Considerações finais: O portador de trismo decorrente da radioterapia na região de cabeça e pescoço adquire limitações para exercer adequada higiene oral, receber intervenções a nível odontológico e de se alimentar, ficando mais propenso tanto ao comprometimento secundário das estruturas orofaciais, como de desenvolver a DTM.

Descritores: Disfunção Temporomandibular; Trismo; Radioterapia.

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Publicado

2018-10-24

Cómo citar

Giderlane Daianny de Souza Silva, Laís Rodrigues da Silva, Luciana Barbosa Sousa de Lucena, M. dos S. F. A. L. A. do N. (2018). Disfunção temporomandibular (DTM) em portador de trismo submetido a tratamento oncológico de radioterapia – relato de caso. ARCHIVES OF HEALTH INVESTIGATION, 7. Recuperado a partir de https://archhealthinvestigation.com.br/ArcHI/article/view/3464