Análise da ingestão de flúor a partir de alimentos consumidos por crianças de 12 a 18 meses de idade

Resumen

A introdução precoce de produtos industrializados à dieta das crianças pode contribuir sobre a ingestão total diária de flúor (F) pelas mesmas. Analisou-se a quantidade de F ingerida por bebês a partir de alimentos industrializados. Crianças (n=194) de 12 meses de idade, participantes da Bebê Clínica da FOA-UNESP, tiveram a ingestão de F monitorada por meio da aplicação de um Questionário de Frequência Alimentar semi-quantitativo, composto por 70 itens, divididos em alimentos sólidos e líquidos. O questionário foi aplicado a cada 3 meses, durante 6 meses, totalizando 3 avaliações (aos 12, 15 e 18 meses de idade). A concentração de F nos alimentos identificados no questionário foi determinada com eletrodo íon-específico, após microdifusão facilitada por HMDS. Os valores obtidos foram utilizados no cálculo da ingestão diária de F por estas fontes. Os dados obtidos foram submetidos a análise estatística descritiva. Aos 12 meses, a média de ingestão diária de F pelas crianças foi de 0,0009 mg F/Kg, a qual aumentou para 0,0033 e 0,0035mg F/Kg, respectivamente aos 15 e 18 meses. Os alimentos sólidos que mais contribuíram para a ingestão total de F foram: biscoitos (0,93 μg F/g); chocolate (0,21 μg F/g); macarrão instantâneo (0,18 μg F/g); cereais/farinha láctea (1,60 μg F/g); salgadinhos tipo chips (0,22 μg F/g); pizza (0,25μg F/100 g); e petit suisse (0,26 μg F/g). Quanto aos alimentos líquidos, as maiores concentrações foram obtidas para: chá preto (0,40 μg F/mL); leites achocolatados (0,11 μg F/mL); molho de tomate (0,41 μg F/mL) e leite fermentado (0,20 μg F/mL). Com base nos resultados obtidos, concluiu-se que a ingestão de fluoreto através do consumo de produtos industrializados não se constitui em um fator de risco para o desenvolvimento de fluorose dentária na faixa etária estudada.

Descritores: Questionário de Freqüência Alimentar; Fluorose Dentária; Criança.