Retratamento endodôntico em dente obturado com cone de prata: relato de caso

Autores

  • Rodrigo Queiroga de Moura, Carolina de Lourdes Lopes Rêgo, Kelly Barbosa Mota, Aline Katiane da Silva, Fernanda Clotilde Mariz Suassuna

Resumo

Introdução: Os cones de prata foram materiais obturadores utilizados no século passado, apresentando desvantagens como inadequada adaptação às paredes do canal e corrosão química. Estas causas são fatores predisponentes para falhas do tratamento endodôntico.  Relato de caso: Paciente do sexo feminino, 67 anos, chegou à clínica endodôntica com queixa de sintomatologia dolorosa no dente 37, ao exame clínico foi observada extensa lesão cariosa ocluso-mesial. Após exame radiográfico, foi observada área radiolúcida circunscrita em região periapical, além de obturação endodôntica 5 mm aquém do ápice no conduto distal e aparente obturação com cones de prata nos condutos mesiais. Diante desses achados, o diagnóstico foi de periodontite apical. O tratamento foi realizado em sessão única. Inicialmente, foi realizada a remoção do tecido carioso com brocas em baixa rotação, seguida da desinfecção da cavidade com clorexidina gel 2%, a odontometria foi realizada de forma eletrônica. O conduto distal foi desobturado e instrumentado de forma híbrida utilizando a lima reciprocante Reciproc R25, a rotatória Protaper Next X3, finalizando com a Reciproc R40, com ampliação do forame 1 mm além do ápice. Nos condutos mesiais, foram removidos os cones de prata com auxílio da ponta ultrassônica E2D (Helse) de extremidade diamantada aplicada na junção cemento-cone, então, foi utilizada uma lima manual Hedstroen n° 15 e, com porta agulha, os cones de prata foram removidos. Os condutos mesiais foram instrumentados utilizando a lima reciprocante Reciproc R25, com ampliação foraminal de 1 mm. Os condutos foram irrigados entre as etapas com clorexidina 2%, sendo realizada irrigação ultrassônica passiva (PUI) com a ponta ultrassônica E5 (Helse). Após a instrumentação, foi realizada irrigação com EDTA. A obturação foi realizada com cones de guta-percha padronizados com conicidade dois números maiores garantindo a fixação no limite Cemento-Dentina-Canal, confirmados através da prova do cone, seguido por obturação com cimento resinoso AH Plus com formação de puff, visto pela radiografia. Na proservação do caso, os sinais e sintomas regrediram. Considerações finais: Assim sendo, para se alcançar sucesso e longevidade do tratamento endodôntico, é preciso aliar os princípios antimicrobianos aos materiais biocompatíveis capazes de debelar a infecção radicular e permitir um selamento hermético tridimensional do sistema de canais radiculares, impedindo reinfecção do canal radicular.

Descritores: Endodontia; Preparo de Canal Radicular; Retratamento.

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Publicado

2018-10-25

Como Citar

Kelly Barbosa Mota, Aline Katiane da Silva, Fernanda Clotilde Mariz Suassuna, R. Q. de M. C. de L. L. R. (2018). Retratamento endodôntico em dente obturado com cone de prata: relato de caso. ARCHIVES OF HEALTH INVESTIGATION, 7. Recuperado de https://archhealthinvestigation.com.br/ArcHI/article/view/3633