GradO - o83 Carcinoma de seio maxilar diagnosticado tardiamente

Resumo

O carcinoma de seio maxilar (CSM) é uma malignidade incomum, representando apenas 3% de todos os carcinomas de cabeça e pescoço. Contudo, entre os carcinomas dos seios paranasais, o seio maxilar é o sítio mais comum, correspondendo a 80% das lesões. Esta malignidade possui causa desconhecida e prognóstico sombrio. Este trabalho tem como objetivo apresentar um relato de caso de um paciente encaminhado por seu cirurgião-dentista para a clínica de Estomatologia da FOA/UNESP, para avaliação de lesão bucal associada a dor em terço médio da face com evolução de 40 dias, segundo o paciente. Paciente do sexo masculino, 67 anos, xantoderma, ex-alcoolista, fumante, cardiopata, com histórico de 2 AVEs, relatou durante a anamnese tosse renitente, diminuição da acuidade visual, sialorréia, xeroftalmia e emagrecimento repentino. Ao exame extrabucal o paciente apresentava assimetria facial devido tumefação na região de terço médio da face do lado direito e linfadenopatia em região submandibular e cervical ipsilateralmente. No exame intrabucal foi observada tumefação associada à uma extensa lesão ulcerada, localizada em rebordo alveolar superior posterior direito, estendendo-se para o fundo de sulco e mucosa palatina. Com hipótese diagnóstica de carcinoma espinocelular (CEC) de seio maxilar a conduta realizada foi solicitação de exames de imagem e realização de biópsia incisional da lesão ulcerada intrabucal. Radiografia panorâmica e tomografia computadorizada (TC) revelaram lesão destrutiva do seio maxilar direito com invasão do seu assoalho e do rebordo alveolar. O resultado do exame histopatológico confirmou o diagnóstico de CEC de seio maxilar e o paciente foi encaminhado para tratamento oncológico. O presente caso denota as dificuldades para o diagnóstico precoce do CSM e a gravidade da demora do diagnóstico da doença.

Descritores: Úlceras Orais; Carcinoma de Células Escamosas; Seio Maxilar.