GradP - o74 Glutamina como coadjuvante do tratamento de úlceras orais

Resumo

A glutamina é aminoácido muito relevante em situações de stress metabólico e catabólico, com papel fundamental no sistema imunológico, diminuindo infecções de feridas e estimulando a liberação do hormônio de crescimento, importante no reparo tecidual. As mucosites associadas à radioterapia para o tratamento do câncer e a síndrome de Stevens-Johnson são condições ulcerogênicas graves, onde a utilização da glutamina para potencializar o reparo e reduzir a infecção secundária vem sendo examinada. Esse estudo teve o objetivo de mostrar a experiência do grupo em utilizar a glutamina em pacientes irradiados ou com a síndrome de Stevens-Johnson, por meio da apresentação de casos clínicos, bem como de dados clínicos referentes aos efeitos dessa terapia. Para exemplificar o papel da glutamina entre os pacientes oncológicos, selecionou-se uma paciente com câncer de pâncreas, submetida à pancreatectomia, esplenectomia, gastrectomia parcial e segmentectomia hepática, iniciando terapia antineoplásica, com presença de lesões irregulares, áreas hemorrágicas, em fundo de vestíbulo, mucosa jugal, dorso e ventre lingual, sugestivas de mucosite. Para os pacientes com síndrome de Stevens-Johnson, selecionou-se indivíduo do sexo masculino com hiperemia ocular, exantema papular e lesões irregulares e sangrantes em lábios, com palato mole hiperemiado, língua despapilada, ardência e dor na orofaringe e lábios. Nesses pacientes foram realizadas aplicações tópicas de L-glutamina em pó, nas lesões orais, e, por vezes, suplementações na dieta. De uma forma geral, como ocorreu com os pacientes citados, em três dias os pacientes apresentaram melhora significativa das lesões orais, evidenciando o papel da glutamina como um importante coadjuvante para tratamento, principalmente quando associada aos demais cuidados preventivos.

Descritores: Glutamina; Mucosite; Radioterapia; Síndrome de Stevens-Johnson.