Impacto da saúde bucal na qualidade de vida de adolescentes grávidas
DOI:
https://doi.org/10.21270/archi.v5i6.1715Resumo
Objetivo: avaliar o impacto da saúde bucal na qualidade de vida de adolescentes grávidas e identificar os fatores sócio-demográficos que podem influenciar nesse conceito. Material e método: estudo transversal tipo inquérito e levantamento das condições de saúde bucal de 127 adolescentes grávidas. Para mensurar o impacto da saúde bucal na qualidade de vida foi utilizado o OHIP-14, aplicado com um questionário sócio-demográfico. As condições de saúde bucal foram analisadas, empregando-se os Índices CPO-D, SiC-Index, e IPC de acordo com os critérios estabelecidos pela OMS. Foram realizadas análises estatísticas descritivas, e o teste Exato de Fisher com nível de significância de 5%. Resultados: Não houve adolescentes nas classes sociais A1 e A2. A grande maioria 79,5% relatou impacto das condições bucais em sua qualidade de vida. O item que demonstrou maior impacto foi a dor física, manifestada por 23,6% das participantes. O índice CPO-D foi 12,51 (dp = 4,21) e o SiC Index foi de 18,85. O percentual de livres de cárie foi 6,3% e 91,3% apresentavam problemas periodontais. Houve associação estatística significante entre as variáveis: impacto na qualidade de vida e doença periodontal (p= 0,0311). Conclusão: Por se tratar de um estudo realizado em Unidades Básicas de Saúde não houve gestantes nos níveis sociais mais elevados. As adolescentes apresentaram alto índice de cárie dentária e doença periodontal, revelando saúde bucal deficiente. A maioria relatou impacto na qualidade de vida em decorrência de problemas bucais, sendo a presença de “dor física” a maior responsável pelas repercussões negativas na vida destas meninas.Descritores: Saúde Bucal; Qualidade de Vida; Adolescente; Gravidez.
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