Estudo da interface formada entre osso e implante de TiAlV com superfícies usinada e modificada. Avaliação biomecânica em coelhos

Resumo

No intuito de acelerar as fases iniciais do processo de reparo ao redor de implantes dentários, diminuindo o período de osseointegração, várias medidas vêm sendo sugeridas, entre elas a modificação topográfica da superfície do implante. O objetivo deste estudo foi  avaliar o comportamento da interface formada entre osso e implante diante das superfícies usinada (SU) e modificada por jateamento e condicionamento ácido, disponível comercialmente (SJA), em tíbia de coelhos. Para tal, 10 coelhos Albinus, receberam 20 implantes de 4x10mm em leitos cirúrgicos fresados na porção medial das tíbias direita e esquerda, sendo um implante de cada superfície em cada tíbia, distribuídos aleatoriamente. Após instalação de cada implante foi mensurado o seu coeficiente de estabilidade por meio da análise de frequência por ressonância. Nos períodos de 3 e 6 semanas os animais foram anestesiados, e in vivo foi mensurado novamente o coeficiente de estabilidade do implante, seguido da análise biomecânica por meio de medidas do torque remoção. Os valores obtidos foram levados à análise de variância, e ao teste t de Tukey. As medidas médias de frequência por ressonância no grupo SU foram 48, 52, 52 ISQ respectivamente nos períodos de 0, 3 e 6 semanas, enquanto para o grupo SJA as medidas médias de frequência por ressonância foram 50, 54, 55 respectivamente nos mesmos períodos. As medidas médias de torque de remoção no grupo SU foram 10,6 e 13,9 N/cm respectivamente nos períodos de 3 e 6 semanas, enquanto para o grupo SJA as medidas médias de torque de remoção foram 19 e 17,4 N/cm nos mesmos períodos. Assim, não houve diferenças estatisticamente significantes (p< 0,05) entre as medidas de frequência por ressonância de SU e SJA nos períodos analisados. As medidas de torque de remoção de SJA foram estatisticamente superiores (p< 0,05) quando comparadas as medidas de torque de remoção de SU nos períodos de 3 e 6 semanas. Diante dos resultados obtidos conclui-se que as modificações realizadas em SJA aceleraram as fases iniciais do processo de reparo da interface formada entre osso e implante, permitindo melhores níveis de osseointegração.