Intervenção psicológica em adultos obesos com o transtorno da compulsão alimentar periódica (TCAP)
DOI:
https://doi.org/10.21270/archi.v7i2.2377Resumo
A obesidade é considerada, tanto em países em desenvolvimento quanto em países desenvolvidos, um importante problema de saúde pública,e, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), há mais de um bilhão de adultos com excesso de peso e pelo menos trezentos milhões são obesos.Associado à obesidade existe o transtorno da compulsão alimentar, o qual é caracterizado por um distúrbio persistente da alimentação ou comportamento relacionado com a alimentação, resultando em alterações no consumo ou na absorção do alimento. O presente estudo se propôs a identificar na literatura os principais aspectos do diagnóstico dos pacientes acometidos pelo transtorno da compulsão alimentar periódica (TCAP), apontar os impactos que este transtorno pode ter na qualidade emocional e de vida, bem como enfatizar a importância da terapia cognitivo-comportamental (TCC) como forma de tratamento para estes pacientes. Foram pesquisados nas bases de dados: SciELO (Scientific Electronic Library Online), CAPES, Embase, PubMed (National Library ofMedicine), MEDLINE e DECS artigos que tratassem da obesidade, do transtorno da compulsão alimentar em adultos e da terapia Cognitivo-Comportamental. Observou-se que o transtorno da compulsão alimentar periódica deve ser tratado como uma categoria distinta de transtorno alimentar, conforme o Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, atualmente em sua quinta edição, e a terapia cognitiva comportamental vem mostrando eficácia, proporcionando uma redução significativa da compulsão alimentar na maioria dos pacientes.Descritores: Obesidade; Transtorno da Compulsão Alimentar; Terapia Cognitiva.
Downloads
Referências
Hay PJ. Epidemiologia dos transtornos alimentares: estado atual e desenvolvimentos futuros. Rev Bras Psiquiatr. 2002; 24(Sup3):13-7.
Organização Pan-Americana da Saúde. Doenças crônico-degenerativas e obesidade: estratégia mundial sobre alimentação saudável atividade física e saúde. Brasília: OPS; 2003.
Palavras MA, Hay P, Santos Filho CA, Claudino A. The efficacy of psychological therapies in reducing weight and binge eating in people with bulimia nervosa and binge eating disorder who are overweight or obese: a critical synthesis and meta-analyses. Nutrients. 2017; 9(3):E299.
Borges MB, Jorge MR, Morgan CM, Da Silveira DX, Custódio O. Binge-eating disorder in Brazilian women on a weight-loss program. Obes Res. 2002; 10(11):1127–34.
Quintero-Párraga E, Pérez-Montiel AC, Montiel-Nava C, Pirela D, Acosta MF, Pineda N. Trastornos de laconducta alimentaria: prevalência y características clínicas em adolescentes de laciudad de Maracaíbo, Estado Zulia, Venezuela. Invest Clin. 2003; 44(3):179-93.
Brandão PP, Garcia-Souza EP, Neves FA, Pereira MJ, Sichieri R, Moura EG, et al. Leptin/adiponectin ratio in obese women with and without binge eating disorder. Neuro Endocrinol Lett. 2010; 31(3):353-8.
American Psychiatric Association. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5. 5th ed. Porto Alegre: Artmed; 2014.
Organização Mundial da Saúde. Classificação de transtornos mentais e de comportamento da CID 10:descrições clínicas e diretrizes diagnóstica. Porto Alegre: Artes Médicas; 1993.
Stunkard AJ. Eating patterns and obesity. Psychiatr Q. 1959; 33:284-95.
Wermuth BM, Davis KL, Hollister LE, Stunkard AJ. Phenytoin treatmentof the binge eating syndrome. Am J Psychiatry. 1977; 134(11):1249-53.
Myers LL, Wiman AM. Binge eating disorder: a review of a new "DSM" diagnosis. Res Soc Work Pract. 2014; 24(1):86-95.
LeRoith D, Karnieli E. Obesity. Med Clin North Am. 2011; 95(5):855-1040.
Yanovski SZ, Yanovski JA. Obesity. N Engl J Med. 2002; 346(8):591-602.
Lerario AC, Lottenberg SA. Mecanismos ambientais implicados no ganho de peso e as oportunidades para prevenção da obesidade. Einstein. 2006; 4(Supl 1):S7-13.
Flegal MG, Carroll MD, Kuczmarszaki RJ, Johnson CL. Overweight and obesity in the United States: prevalence and trends, 1960-1994. Int J Obes Relat Metab Disord. 1998; 22(1):39-47.
Hill JO, Peters JC. Environmental contributions to the obesity epidemic. Science. 1998; 280(5368):1371-4.
Poston WS 2nd, Foreyt JP. Obesity is an environmental issue. Atherosclerosis. 1999; 146(2):201-9.
World Health Organization. Sobrepeso e obesidade aumentam no Brasil segundo relatório da FAO e OPAS. 2017. Disponível em: http://www.fao.org/ americas/noticias/ver/ pt/c/466066. Acesso em: 10 de outubro de 2017.
World Health Organization. Obesity: Preventing and managing the global epidemic: report of a WHO consultation on obesity. Geneva: WHO; 1998.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência à Saúde. Portaria nº 492, de 31 de agosto de 2007. Diário Oficial da União. 2007; 31 ago.
Keil U, Kuulasmaa K. WHO MONICA Project risk factors. Int J Epidemiol. 1989; 18(Suppl 1):S46-55.
Santo MA, Cecconello I. Morbid obesity: risks control. Arq Gastroenterol. 2008; 45(1):1-2.
Quetelet A. Physique sociale: ou, essai sur le développement des Facultés de L´Homme. Brussels: C. Muquardt; 1869.
Garrido Chamorro RP, González Lorenzo M. Índice de masa corporal y composición corporal: um estudio antropométrico de 2500 deportistas de alto nivel. Efedeportes. 2004; 10(76). Disponível em: http://www.efdeportes.com/efd76/antrop.htm. Acesso em: 10 de outubro de 2017.
World Health Organization. Physical status: the use and interpretation of anthropometry. Geneva: WHO; 1995.
Kweitel S. IMC: herramienta poco útil para determinar el peso útil de un deportista. Rev Int Med Ciênc Act Fís Deporte. 2007; 7(28):274-89.
World Health Organization. Obesity: preventing and managing the global epidemic: report of a World Health Organization Consultation. Geneva: WHO; 2000.
de Zwaan M, Mitchell JE, Seim H, Specker SM, Pyle RL, Raymond N, et al. Eating related and general psychopathology in obese females with binge eating disorder. Int J Eat Dis. 1994; 15(1):43-52.
Wilson GT, Nonas CA, Rosenblum GD. Assessment of binge eating in obese patients. Int J Eat Disord. 1993; 13(1):25-33.
Azevedo AP, Santos CC, Fonseca DC. Transtorno da compulsão alimentar periódica. Rev Psiq Clin. 2004; 31(4):170-2.
Gluck ME, Geliebter A, Satov T. Night eating syndrome is associated with depression, low self-esteem, reduced daytime hunger, and less weight loss in obese outpatients. Obes Res. 2001; 9(4):264-7.
Duchesne M, Almeida PEM. Terapia cognitivo-comportamental dos transtornos alimentares. Rev Bras Psiquiatr 2002; 24(Supl 3):49-53.
Teufel M, Becker S, Rieber N, Stephan K, Zipfel S. Psychotherapy and obesity: strategies, challenges and possibilities. Nervenartz. 2011; 82(9):1133-9.
Taylor VH, Stonehocker B, Steele M, Sharma AM. An overview of treatments for obesity in a population with mental illness. Can J Psychiatry. 2012; 57(1):13-20.
Fairburn CG, Cooper Z, Shafran R, Wilson GT. Transtorno da alimentação: um protocolo transdiagnóstico. In: Barlow DH, editor. Manual clínico dos transtornos psicológicos: tratamento passo a passo. 4th ed. Porto Alegre: Artmed; 2009. p. 577-614.
Cahn SC, McFillin RK. Eating disorders. In: Di Tomasso RA, Golden BA, Morris HJ, editors. Handbook of cognitive-behavioral approaches in primary care. New York: Springer Publishing Company; 2010. p. 501-23.
Costa MB, Melnik T. Effectiveness of psychosocial interventions in eating disorders: an overview of Cochrane systematic reviews. Einstein. 2016; 14(2):235-77.
Shaw KA, O’Rourke P, Del Mar C, Kenardy J. Psychological interventions for overweight or obesity. Cochrane Database Syst Rev. 2005; (2):CD003818.
Beck AT. Thinking and depression: II: theory and therapy. Arch Gen Psychiatry. 1964; 10:561-71.
Beck JS. Pense magro por toda a vida. Porto Alegre: Artes Médicas; 2011.
Luz FQ, Oliveira MS. Terapia cognitivo-comportamental da obesidade: uma revisão da literatura. Aletheia. 2013; (40):159-73.
Cortez MC, Araújo EA, Ribeiro MV. Transtorno de compulsão alimentar periódico e obesidade. Arq Cat Med. 2011; 40(1):94-102.
Fairburn CG, Marcus MD, Wilson GT. Cognitive-behavioral therapy for binge eating and bulimia nervosa: a comprehensive treatment manual. In: Fairburn CG, Wilson GT, editors. Binge eating: nature, assessment and treatment. New York: Guilford Press; 1993. p. 371- 404.
Devlin MJ, Fischer SE. Treatment of binge eating disorder. In: Wonderlich S, Mitchell J, de Zwaan M, Steiger H, editors. Eating disorders review. Part 1. Oxford: Radcliffe Publishing; 2005. p. 27- 41.
Duchesne M, Appolinário JC, Rangé BP, Freitas S, Papelbaum M, Coutinho W. Evidências sobre a terapia cognitivo-comportamental no tratamento de obesos com transtorno da compulsão alimentar periódica. Rev Psiquiatr. 2007; 29(1):80-92.
Abreu CN, Roso ME, organizadores. Psicoterapias cognitiva e construtivista: novas fronteiras da prática clínica. Porto Alegre: Artmed; 2003.
Vasques F, Martins FC, Azevedo AP. Aspectos psiquiátricos do tratamento da obesidade. Rev Psiquiatr Clin. 2004; 31(4):195-8.
Devlin MJ. Binge-eating disorder and obesity: a combined treatment approach. Psychiatr Clin North Am. 2001; 24(2):325-35.