Epidemiologia da osteonecrose dos maxilares associada à terapia crônica com bisfosfonatos

Resumo

A osteonecrose dos maxilares (ONM) associada à terapia crônica com bisfosfonatos (BPs) foi descrita pela primeira vez em 2003, e caracteriza-se como área com exposição óssea nos maxilares persistente por mais de oito semanas em paciente que faz uso crônico de BPs e sem história médica prévia de radioterapia. Por se tratar de uma condição patológica relativamente recente, apenas atualmente é que os dados epidemiológicos começaram a adquirir grande expressividade. O objetivo do estudo foi fazer uma revisão da literatura para relacionar os principais fatores de risco da ONM-BPs. Para tal utilizou-se a base de dados do PubMed no período compreendido entre 2003 e 2012, via cruzamento dos unitermos: bisphosphonates; osteonecrosis jaw; epidemiology. A incidência de ONM-BPs varia entre 1,3% a 1,9%, acometendo com maior frequência o gênero feminino em idade avançada. A terapia crônica com zoledronato administrado por via endovenosa, para controle da progressão de metástase óssea ocasionada por tumores de mama, próstata ou mieloma mútiplo figuram entre as condições mais comuns. Há uma predileção pela região posterior da mandíbula e dentre os fatores potencialmente capazes de desencadear a ONM-BPs destacam-se exodontias, procedimentos periodontais/endodônticos e traumas no complexo bucomaxilofacial. Conclui-se que via pesquisas epidemiológicas se consegue traçar o perfil dos pacientes mais suscetíveis e os potenciais procedimentos odontológicos que podem culminar com a ONM-BPs, o que favorece para a elaboração de condutas terapêuticas preventivas.