Reabilitação oral em criança sindrômica

Autores

  • Daldiane Araújo Galdino, Sérgio Henrique Gonçalves de Carvalho
  • Flaviana Dornela Verli, Gustavo Gomes Agripino, Sandra Aparecida Marinho

Resumo

Introdução: A displasia ectodérmica é uma síndrome hereditária que se manifesta como anormalidade do ectoderma e seus derivados. Das características orais, a hipodontia é a mais comum, acometendo 80% dos pacientes. Anomalias dentárias de forma são comuns, principalmente a cônica. Em casos mais severos, agenesia dentária total pode ser observada. Devido às alterações bucais, crianças portadoras de displasia ectodérmica são tímidas e com baixa autoestima. Por esse motivo, a reabilitação oral precoce é importante para devolver as funções estética, fonética e mastigatória, tornando a criança mais alegre e extrovertida, facilitando seu convívio social. Relato de caso: Paciente masculino, 11 anos, leucoderma, sindrômico, apresentou-se a um consultório odontológico particular com queixa de trauma em língua ocasionado pelos bordos cortantes dos incisivos superiores. Ao exame físico extraoral, observou-se pele ressecada, cabelos e sobrancelhas escassos e pele periocular pigmentada. Ao exame físico intraoral, constatou-se presença de protuberância labial e dentes com coroas afiladas e pontiagudas. Na radiografia panorâmica, observou-se a presença de dois dentes mandibulares inclusos e oligodontia. Foi realizado o desgaste das cúspides incisais e confecção de próteses parciais removíveis superior e inferior, com finalidade estética e funcional. Estas serão substituídas de acordo com o crescimento do paciente. Considerações finais: É importante para o cirurgião-dentista reconhecer síndromes com repercussão bucal, para o correto planejamento do tratamento odontológico de seus pacientes. O paciente pediátrico com displasia ectodérmica requer acompanhamento multidisciplinar em idade precoce. O tratamento requer que o clínico tenha amplo conhecimento sobre crescimento e desenvolvimento ósseo e controle comportamental do paciente, motivando-o ao uso da prótese dentária, que deve ser substituída periodicamente, conforme seu crescimento. Além disso, o clínico também deve possuir habilidade manual para restauração dos dentes com morfologia deficiente. A reabilitação dentária, além de melhorar as funções estética, fonética e mastigatória, resgata a autoestima e possibilita um melhor convívio social das crianças. Apesar de a displasia ectodérmica ser uma síndrome que implica em anomalias dentárias com grande repercussão estética e funcional, seus portadores podem ser reabilitados de forma satisfatória, em idade precoce, garantindo sua integridade física, psíquica e social.

Descritores: Reabilitação Bucal; Displasia Ectodérmica; Autoimagem, Mastigação.

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Publicado

2018-10-25

Como Citar

Sérgio Henrique Gonçalves de Carvalho, D. A. G., & Sandra Aparecida Marinho, F. D. V. G. G. A. (2018). Reabilitação oral em criança sindrômica. ARCHIVES OF HEALTH INVESTIGATION, 7. Recuperado de https://archhealthinvestigation.com.br/ArcHI/article/view/3579