Alterações microestruturais no esmalte dentário causadas por peróxido de hidrogênio

Resumo

Introdução: O clareamento dental é um procedimento bastante indicado para determinados casos de alterações de cor. Na técnica de clareamento de consultório costuma-se utilizar peróxido de hidrogênio com concentrações que variam de 30% a 35%. Sendo o esmalte a primeira estrutura dental a entrar em contato com esse produto, algumas alterações ultraestruturais podem acontecer. Objetivo: O objetivo deste estudo é mostrar as alterações microestruturais, descritas na literatura, causadas pelo peróxido de hidrogênio ao esmalte dentário. Metodologia: Foi realizada uma busca nas bases de dados Google Acadêmico eScielo com os descritores hydrogen peroxide, dental bleaching e dental enamel. Foram inclusos artigos com limite máximo de publicação de 20 anos atrás disponíveis na íntegra em qualquer idioma. Resultados: Em análises microscópicas dentes tratados com peróxido de hidrogênio a 35% apresentam aumento da porosidade superficial representada pelo aumento dos poros de desenvolvimento. Em testes com dentes bovinos, os resultados para aumento da rugosidade são semelhantes, contudo encontra-se uma variável relacionada ao tempo de contato do produto com o esmalte dentário mostrando que há relação proporcional entre a concentração do peróxido, seu tempo de aplicação e as alterações no esmalte. As sessões de clareamento de consultório com o uso da concentração de 35% do peróxido de hidrogênio que são realizadas com intervalos de exatos sete dias entre si causam maiores danos à microestrutura do esmalte quando comparados ao intervalo de 14 ou 21 dias. Outra alteração relevante é a perda da camada aprismática do esmalte com exposição da camada prismática em até 90 dias após o contato com o peróxido. Conclusão: Alterações morfológicas no esmalte, variando de suave a moderado, podem ocorrer quando o dente é exposto ao peróxido de hidrogênio, sendo assim sempre necessário o acompanhamento do profissional em tratamentos clareadores.