Tratamento precoce da mordida cruzada posterior e erupção ectópica do segundo molar facilitando a ortodontia corretiva

Resumo

O tratamento ortodôntico corretivo é comumente iniciado após o desenvolvimento completo da dentição, pelo menos até os primeiros molares. Entretanto, diversas alterações esqueléticas e dentárias podem ser observadas até que este período seja alcançado. Algumas dessas alterações não apresentam correção espontânea e devem ser tratadas de maneira precoce afim de solucionar a má oclusão preexistente e facilitar o tratamento corretivo futuro. Em crianças a mordida cruzada posterior se apresenta como um dos tipos de má oclusão mais comuns em ortodontia, apresentando diversas etiologias possíveis, como a presença de hábitos deletérios pelo paciente. De maneira semelhante, a erupção ectópica de dentes permanentes, principalmente molares, também é relativamente frequente. Ambas alterações não apresentam correção espontânea com o desenvolvimento normal do paciente e devem ser tratadas o mais precocemente possível. Diante disso, o objetivo deste relato é apresentar o caso de uma paciente de 11 anos, diagnosticada com mordida cruzada posterior unilateral e erupção ectópica do segundo molar inferior direito. A mordida cruzada foi tratada pela expansão do arco superior pelo disjuntor Hyrax, seguindo o protocolo do Departamento de Ortodontia da FOB-USP; e a correção da erupção ectópica do molar foi realizada através de seu tracionamento com um arco lingual de Nance modificado. Ambos os tratamentos foram eficazes para a correção destas alterações, com mínimos efeitos colaterais e pouca necessidade de colaboração da paciente. Pode-se concluir que o tratamento corretivo poderá ser realizado de maneira muito mais simplificada e eficiente, após a interceptação da mordida cruzada posterior e a correção do posicionamento ectópico do segundo molar inferior.

Descritores: Ortodontia Interceptora; Técnicas de Movimentação Dentária; Dentição Mista.