Lesões orofaciais e efeitos colaterais de pacientes HIV positivos em uso da terapia antirretroviral altamente ativa
DOI:
https://doi.org/10.21270/archi.v10i2.4696Palavras-chave:
HIV, Síndrome de Imunodeficiência Adquirida, Terapia Antirretroviral de Alta AtividadeResumo
Introdução: A AIDS é causada pela infecção do HIV, que progressivamente causa degradação do sistema imunológico do hospedeiro e, consequentemente, o surgimento de diferentes patologias, inclusive na região orofacial. Seu tratamento atua no impedimento da replicação viral, e é chamado de terapia antirretroviral altamente ativa (HAART). Este método terapêutico pode estar associado a alguns efeitos colaterais orofaciais e sistêmicos. Objetivo: Analisar a presença das lesões orofaciais e dos efeitos colaterais associados ao uso da HAART em pacientes HIV+. Material e métodos: Uso de um questionário semiestruturado com informações demográficas, sociais, clínicas e terapêutica, exame físico extra e intraoral, exames laboratoriais e teste de sialometria. Resultados: A amostra foi composta de 43 indivíduos, sendo 53,5% do sexo feminino com cor de pele branca e idade entre 27 e 58 anos. A maioria refere ter se infectado por meio de atividade sexual (58,1%) com diagnóstico feito nos últimos 10 anos (68,1%). A maioria teve carga viral quantificada abaixo do limite mínimo (74,4%) e contagem de linfócitos T CD4+ acima de 500 células por mm³ de sangue (56,8%). Algumas lesões orofaciais, infecções oportunistas e efeitos colaterais ao uso da HAART foram identificados, mas somente a presença de lesões orais foram diretamente relacionadas a baixa quantidade de linfócitos T CD4+ (p=0,05). Conclusão: Todo cirurgião-dentista deve estar atento a presença de lesões orofaciais de pacientes HIV+ porque isso pode indicar uma baixa contagem de linfócitos T CD4+ e, consequentemente, de baixa adesão ou falha na HAART.
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