O-11oG - Os desdobramentos do reimplante dentário na dentição permanente inviabilizam sua execução? Relato de caso

Resumo

O reimplante dentário constitui na terapêutica principal para dentes permanentes que sofrem avulsão dentária por trauma. A endodontia do dente reimplantado é indicada de acordo com o fechamento do ápice e o tempo de permanência do dente fora do alvéolo. No entanto, mesmo após o tratamento adequado, intercorrências indesejadas são observadas, sendo a reabsorção radicular externa a mais frequente. Este trabalho relata o caso de uma paciente de 10 anos de idade que sofreu avulsão dos dentes 21 e 22, após atropelamento. Os dentes foram reimplantados em ambiente hospitalar, contudo não houve orientação para a busca de atendimento odontológico para controle, o que foi feito após desprendimento da contenção (10 dias). Neste segundo momento fez-se nova contenção, a abertura coronária e medicação intracanal com hidróxido de cálcio em ambos os dentes. Após um período de 5 meses com trocas mensais da medicação observou-se extensa reabsorção radicular externa por distal do dente 22 com comunicação óssea. A conduta adotada foi obturação com guta-percha apical e obturação com MTA na região da reabsorção. O dente 21 sofreu obturação convencional. Nos controles de 1 e 2 anos, os dentes não apresentavam alteração clínica ou mobilidade. A radiografia periapical indicou estabilização da reabsorção externa do dente 22 e início e progressão de reabsorção externa no 21. Os desdobramentos do reimplante dentário indicam a perda dos dentes a longo prazo, no entanto como o paciente está na adolescência a manutenção temporária dos dentes por meio de reimplante foi impactante na sua qualidade de vida.

guilherme.toyoshima@usp.br