Perfil Epidemiológico dos Casos de Violência Infantil em Escolas Municipais de Ensino Básico
DOI:
https://doi.org/10.21270/archi.v11i1.5139Palavras-chave:
Maus-Tratos Infantis, Violência, Educação InfantilResumo
Introdução: A violência infantil é praticada das mais diversas formas, entre elas a física, a psicológica, a sexual e as situações de negligência. Os sinais e sintomas das vítimas podem ser vistos também em ambientes extrafamiliares, como por exemplo, na escola, uma vez que o contato com criança é maior do que em qualquer outro serviço. Objetivo: Identificar casos suspeitos e/ou confirmados de violência contra crianças em escolas municipais de Ensino Básico em um município de médio porte do Estado de São Paulo. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, de caráter transversal e abordagem quantitativa realizado em 5 escolas no período de agosto de 2018 a abril de 2019. A identificação dos casos suspeitos e/ou confirmados de violência contra crianças foi efetuada por meio de um inquérito, respondido pelos professores das instituições. Resultados: Identificaram-se 90 casos de agressão, onde 57,8% ocorrem em crianças do sexo masculino, com idade de 5 anos (27,8%). A maioria dos agressores foram os pais (72%), onde 74% foram casos de negligência, sendo o piolho (42,2%) e a cárie dentária (34,5%) como as principais causas. Do total de casos, 46,7% foram reincidentes. Conclusão: Conclui-se que muitas crianças vêm sofrendo com algum tipo de agressão doméstica e que os sinais e sintomas das vítimas podem ser observados também em ambientes extrafamiliares, como por exemplo, a escola.
Downloads
Referências
Farias MS, Souza CDS, Carneseca EC, Passos ADC, Vieira EM. Caracterização das notificações de violência em crianças no município de Ribeirão Preto, São Paulo, no período 2006-2008. Epidemiol Serv Saúde, Brasília. 2016;25:799-806.
Lloyd M. Domestic Violence and Education: Examining the Impact of Domestic Violence on Young Children, Children, and Young People and the Potential Role of Schools. Front Psychol. 2018;9:2094.
Garbin CAS, Lima TJV, Garbin AJI, Rovida TAS, Saliba O. Conhecimento e percepção dos educadores do ensino infantil sobre violência. Rev Ciênc Plural. 2015;1:37-47.
Garbin CAS, Queiroz APDG, Costa AA, Garbin NA. Training and knowledge of childhood education teachers on family violence against children. Educar em revista. 2010;2:207-16.
Garbin CAS, Araújo PC, Rovida TAS, Rocha AC, Arcieri RM, Garbin AJI. Violence in child population: epidemiological profile of abuses seen in the school environment. Rev Ciênc Plural. 2016;2:41-54.
World Health Organization. Global status report on violence prevention (Internet). Geneva: World Health Organization; 2014.
Brasil. Ministério da Saúde (MS). Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância de Doenças e Agravos não Transmissíveis e Promoção da Saúde. Sistema de Vigilância de Violências e Acidentes (Viva): 2009, 2010 e 2011. Brasília: MS; 2013.
Brino RF, Williams LCA. Capacitação do educador acerca do abuso sexual infantil. Interação psicol. 2003;7(2):1-10.
Garbin CAS, Rocha RS, Soares GB, Arcieri RM. Violência infantil e promoção de saúde com pré-escolares. Rev Bras Pesq Saúde. 2016;18:121-28.
Veloso LUP, Silva LCL, Sousa CR, Rodrigues PL. Perfil de violência em crianças de 0 a 9 anos atendidas em um hospital público. Rev Enferm UFPI. 2015;4:97-105.
Assis SG, Avanci JQ, Pesce RP, Pires TDO, Gomes DL. Notificações de violência doméstica, sexual e outras violências contra crianças no Brasil. Cienc saude coletiva. 2012;17:2305-17.
Mascarenhas MDM, Malta DC, Silva MMAD, Lima CM, Carvalho MGOD, Oliveira VLAD. Violência contra a criança: revelando o perfil dos atendimentos em serviços de emergência, Brasil, 2006 e 2007. Cad Saúde Publica. 2010; 26:347-57.
Rates SMM, Melo EMD, Mascarenhas MDM, Malta DC. Violência infantil: uma análise das notificações compulsórias, Brasil 2011. Ciênc saúde coletiva. 2015;20:655-65.
Apostólico MR, Nóbrega CR, Guedes RN, Fonseca RMGS, Egry EY. Características da violência contra a criança em uma capital brasileira. Rev Latina-Am Enfermagem. 2012;20:266-273.
Maia JN, Ferrari RAP, Gabani FL, Tacla MTGM, Reis TB, Fernandes MLC. Violência contra criança: cotidiano de profissionais na atenção primária à saúde. Rev Rene. 2016;17:593-601.
Egry EY, Apostolico MR, Morais TCP, Lisboa CCR. Coping with child violencein primary care: how do professionals perceive it?. Rev Bras Enferm. 2017;70:113-19.
Barros ASD, Freitas MFQ. Violência doméstica contra crianças e adolescentes: consequências e estratégias de prevenção com pais agressores. Pensando Fam. 2015;19:102-114.
Pfeiffer L, Rosário NA, Nunes LC. Violência contra crianças e adolescentes - proposta de classificação dos níveis de gravidade. Rev Paul Ped. 2011;29:477-482.
Gawryszewski VP, Valencich DMDO, Carnevalle CV, Marcopito LF. Maus-tratos contra a criança e o adolescente no Estado de São Paulo, 2009.Rev assoc méd bras. 2012;58:659-65.
Carvalho ACR, Barros SGD, Alves AC, Gurgel CA. Maus-tratos: estudo através da perspectiva da delegacia de proteção à criança e ao adolescente em Salvador, Bahia. Cienc saude coletiva. 2009;14:539-46.
Silva LS, Mendonça KML. A violência escolar em matérias de jornal: um imaginário construído em Belém-PA. Comun Educ. 2015;20:39-49.
Egry E, Silva M, So K, Apostólico M. Limites e potencialidades dos profissionais, instituições e políticas públicas para o enfrentamento da violência doméstica infantil na Atenção Primária de Saúde: visão dos gestores. CIAIQ. 2016;02.
Abreu PTR, Souza Costa IF, Galvão A, Paula Souza AC, Zocratto KBF, Oliveira CAS. Abuso físico infantil: vivências e atitudes de estudantes de Odontologia. Rev ABENO. 2017;17:107-19.