Avaliação da Saúde Bucal e Análise Microbiológica de Pacientes em Unidade de Terapia Intensiva

Autores

  • Gabriela Bohneberger Residente em Cirurgia e Traumatologia Buco-maxilo-facial, Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE) 85819-110 Cascavel – PR, Brasil https://orcid.org/0000-0001-7025-9833
  • Thaynara Couto Graduada em Odontologia, Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOESC) 89600-000 Joaçaba -SC, Brasil
  • Fábio José Dallanora Professsor dos Cursos de Graduação da ACVS, Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOESC) 89600-000 Joaçaba -SC, Brasil
  • Lea Maria Franceschi Dallanora Professora do Curso de Graduação em Odontologia, Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOESC) 89600-000 Joaçaba -SC, Brasil
  • Geórgia Ribeiro Martini Professora do Curso de Graduação em Odontologia, Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOESC) 89600-000 Joaçaba -SC, Brasil https://orcid.org/0000-0002-7964-1024
  • Bruna Eliza De Dea Professora do Curso de Graduação em Odontologia, Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOESC) 89600-000 Joaçaba -SC, Brasil
  • Acir José Dirschnabel Professor do Curso de Graduação em Odontologia, Universidade Positivo, 81290-000 Curitiba – PR, Brasil
  • Grasieli de Oliveira Ramos Professora dos cursos de graduação da ACVS e do mestrado em Biociências e Saúde, Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOESC) 89600-000 Joaçaba -SC, Brasil https://orcid.org/0000-0003-1305-8060
  • Fabiana Meneguetti Dallacosta Professora dos cursos de graduação da ACVS e do mestrado em Biociências e Saúde, Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOESC) 89600-000 Joaçaba -SC, Brasil https://orcid.org/0000-0003-3515-9225

DOI:

https://doi.org/10.21270/archi.v11i5.5657

Palavras-chave:

Infecção Hospitalar, Higiene Bucal, Unidades de Terapia Intensiva

Resumo

Introdução: Pacientes internados em unidade de terapia intensiva (UTI) estão mais suscetíveis ao desenvolvimento de infecções hospitalares, as quais podem ser originadas a partir de focos infecciosos presentes na cavidade oral ou pela ausência de higienização adequada. Objetivo: Avaliar a condição oral e relacionar com as alterações da microbiota durante a permanência dos pacientes internados na unidade de terapia intensiva de um hospital universitário. Métodos: Trata-se de um estudo quantitativo experimental. Foram avaliados 64 pacientes quanto a condição de higiene oral, dados clínicos e coletas microbiológicas realizadas em três momentos distintos: C1, C2 e C3, correspondentes à 24, 72 e 168 horas após à internação. O material coletado foi submetido a sete testes microbiológicos para identificação dos microrganismos presentes. Resultados: O exame clínico apresentou índice de higiene oral simplificado alto em todos os momentos, 25% com cárie ativa, 17% com raízes residuais e 11% com outros focos de infecção. Mais de 50% apresentaram algum grau de ressecamento da mucosa em C1 e nas coletas posteriores se manteve ou aumentou. Quanto ao exame microbiológico foram identificadas 25 colônias distintas de microrganismos, dentre elas Candida sp., Staphylococcus aureus, Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa, Proteus mirabilis e Enterobacter, microrganismos com potencial patogênico quando encontrados na cavidade oral. Conclusão: Os fatores clínicos do paciente como o alto índice de higiene oral, presença de focos infecciosos e ressecamento das mucosas associados aos microorganismos com potencial patogênico encontrados na cavidade bucal evidenciam a importância da higiene bucal nas unidades de terapia intensiva, para que com a diminuição do biofilme bucal seja reduzida a quantidade e a patogenicidade destes microrganismos. Reduzindo a ocorrência de infecções nosocomiais, principalmente a pneumonia associada à ventilação mecânica, que consequentemente podem gerar maior permanência do paciente em ambiente hospitalar.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Abreu LMG, Lopes FF, Pereira A de FV, Pereira ALA, Alves CMC. Doença Periodontal e condiçoes sistémicas: mecanismos de interação. Rev Pesq Saúde. 2010;11(2):52-5.

Lindhe J, Karring T, Lang N. Biofilme dentário. In: Tratado de periodontia clínica e implantologia oral. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2010.

Gomes SF, Esteves MCL. Atuação do cirurgião-dentista na UTI: um novo paradigma. Rev Bras Odontol. 2012;69(1):67-70.

Souza AF de, Guimarães AC, Ferreira EF. Avaliação da implementação de novo protocolo de higiene bucal em um centro de terapia intensiva para prevenção de pneumonia associada à ventilação mecânica. Reme Rev Min Enferm. 2013;17(1):177-84.

AMIB A de MIB. Diretrizes Brasileiras de Ventilação Mecânica [Internet]. São Paulo; 2013. Available from: http://www.amib.org.br/fileadmin/user_upload/amib/2018/junho/15/

Baeder FM, Cabral GMP, Prokopowitsch I, Araki ÂT, Duarte DA, Santos MTBR. Condição odontológica em pacientes internados em unidade de terapia intensiva. Pesqui Bras Odontopediatria Clin Integr. 2012;12(4):517-20.

Somma F, Castagnola R, Bollino D, Marigo L. Oral inflammatory process and general health Part 1: The focal infection and the oral inflammatory lesion. Eur Rev Med Pharmacol Sci. 2010;14(12):1085-95.

Siqueira J da SS, Batista SA, Jr. AS, Ferreira MF, Agostini M, Torres SR. Oral candidiasis in patients admitted to ICU. Rev Bras Odontol. 2014;71(2):176-9.

Franco JB, Jales SM da CP, Zambon CE, Fujarra FJC, Ortegosa MV, Guardieiro PFR, et al. Higiene bucal para pacientes entubados sob ventilação mecânica assistida na unidade de terapia intensiva: proposta de protocolo. Arq Médicos dos Hosp da Fac Ciências Médicas da St Casa São Paulo. 2014;59(3):126-31.

Greene JC, Vermillion JR. The Simplified Oral Hygiene Index. J Am Dent Assoc.1964;68:7-13.

Costa SC, Figueiredo MRB, Schaurich D. Humanização em Unidade de Terapia Intensiva Adulto (UTI): compreensões da equipe de enfermagem. Interface. 2009;13:571-80.

Needleman I, Hyun-Ryu J, Brealey D, Sachdev M, Moskal-Fitzpatrick D, Bercades G, et al. The impact of hospitalization on dental plaque accumulation: An observational study. J Clin Periodontol. 2012;39(11):1011-6.

Da Cruz MK, Nascimento De Morais TM, Trevisani DM. Clinical assessment of the oral cavity of patients hospitalized in an intensive care unit of an emergency hospital. Rev Bras Ter Intensiva. 2014;26(4):379-83.

Jones DJ, Munro CL, Grap MJ. Natural history of dental plaque accumulation in mechanically ventilated adults: A descriptive correlational study. Intensive Crit Care Nurs. 2011;27(6):299-304.

El-Solh AA, Pietrantoni C, Bhat A, Okada M, Zambon J, Aquilina A, et al. Colonization of Dental Plaques: A Reservoir of Respiratory Pathogens for Hospital- Acquired Pneumonia in Institutionalized Elders. Clin Investig Crit Care. 2004;126(5):1575-82.

Oliveira LCBS de, Carneiro PPM, Fischer RG, Tinoco EMB. A Presença de Patógenos Respiratórios no Biofilme Bucal de Pacientes com Pneumonia Nosocomial. Rev Bras Ter Int. 2007;19(4):428-33.

Scannapieco F, Stewart E, Mylotte J. Colonization of dental plaque by respiratory pathogens in meical intensive care patients. Crit Care Med. 1992;20(6):740-5.

Oliveira AC de, Kovner CT, Silva RS da. Infecção hospitalar em unidade de tratamento intensivo de um hospital universitário brasileiro. Rev Lat Am Enfermagem. 2010;18(2):97-104.

Schlesener VRF, Rosa UD, Raupp SMM. O cuidado com a saúde bucal de pacientes em UTI. Cinergis. 2012;12(2):21-8.

Hong CHL, Aung MM, Kanagasabai K, Lim CA, Liang S, Tan KS. The association between oral health status and respiratory pathogen colonization with pneumonia risk in institutionalized adults. Int J Dent Hyg. 2018;16(2):96-102.

Singh B, Giri TK, Mall B, Chethan MD, Mahadevan V, Sinha N. Dentistry for the critical care patients. J Oral Dis Marker.2017;1(1):10-4.

El-Rabbany M, Zaghlol N, Bhandari M, Azarpazhooh A. Prophylactic oral health procedures to prevent hospital-acquired and ventilator-associated pneumonia: A systematic review. Int J Nurs Stud. 2015;52(1):452-64.

Secretaria da saúde de São Paulo. Manual de Odontologia Hospitalar. Bezinelli L, Eduardo F de P, Corrêa L (ed). Vol. 1. São Paulo: Grupo Técnico de Odontologia Hospitalar; 2012.

Menegazzo K, Durigon AS, Garrastazu MD. Avaliação das técnicas de higiene bucal nas unidades de terapia intensiva (UTIs) da macrorregional de saúde do meio-oeste catarinense e sugestão de protocolo. In: VIII Jornada Acadêmica de Odontologia. Joaçaba: Editora Unoesc; 2015. p. 115-28.

Blum DFC, Da Silva JAS, Baeder FM, Bona A Della. The practice of dentistry in intensive care units in Brazil. Rev Bras Ter Intensiva. 2018;30(3):327-32.

Kuramoto C, Watanabe Y, Tonogi M, Hirata S, Sugihara N, Ishii T et al. Factor analysis on oral health care for acute hospitalized patients in Japan. Geriatr Gerontol. 2011;11:460-66.

Miranda A, de Paula R, de Castro Piau CB, Costa P, Bezerra AB. Oral care practices for patients in Intensive Care Units: A pilot survey. Indian J Crit Care Med. 2016;20(5):267.

Publicado

2022-11-28

Como Citar

Bohneberger, G., Couto, T., Dallanora, F. J., Dallanora, L. M. F., Martini, G. R. ., De Dea, B. E., Dirschnabel, A. J., Ramos, G. de O., & Dallacosta, F. M. (2022). Avaliação da Saúde Bucal e Análise Microbiológica de Pacientes em Unidade de Terapia Intensiva. ARCHIVES OF HEALTH INVESTIGATION, 11(5), 815–821. https://doi.org/10.21270/archi.v11i5.5657

Edição

Seção

Original Articles