Susceptibilidade a β-lactâmicos e metronidazol de microrganismos isolados de periodontite crônica e agressiva

Resumo

O uso de antimicrobianos como coadjuvantes do tratamento das periodontites vem sendo investigado. O objetivo desse estudo foi avaliar a susceptibilidade aos β-lactâmicos e metronidazol, bem como a produção de β-lactamases por 187 isolados obtidos de 50 pacientes com periodontite crônica e 8 casos de periodontite agressiva. Os microrganismos foram submetidos aos testes de suscetibilidade aos β-lactâmicos e metronidazol através do método de diluição em ágar, utilizando-se o ágar Wilkins-Chalgren suplementado. O inóculo foi de 10⁵ células/botão. Após 48-72 h de incubação, através da técnica de mistura gasosa, fazia-se e determinação da concentração inibitória mínima (CIM). Todos os microrganismos que apresentaram CIM superior a 1 μg/mL foram testados para avaliar a produção de β-lactamases. Observou-se que a quase totalidade dos anaeróbios era susceptível a todos os β-lactâmicos, em particular ao imipenem e associação amoxicilina/clavulanato, que se mostraram eficazes mesmo frente aos isolados de F. nucleatum e P. intermedia produtores de β-lactamases e resistentes a penicilina G e amoxicilina. A produção dessas enzimas foi detectada em 80% das amostras resistentes aos β-lactâmicos. A susceptibilidade ao metronidazol foi bastante elevada entre os anaeróbios Gram-negativos, mas foi menos evidente entre os anaeróbios Gram-positivos e A. actinomycetemcomitans. Observou-se que o uso de amoxicilina ou metronidazol, isoladamente, não era universalmente eficaz frente aos microrganismos testados, sugerindo-se a associação dessas drogas ou sua substituição por amoxicilina/clavulanato.