Endocardite infecciosa de válvula tricúspide com êmbolos pulmonares sépticos: relato de caso
DOI:
https://doi.org/10.21270/archi.v3i2.672Resumo
A Endocardite Infecciosa é uma doença cuja concepção diagnóstica e detecção de agentes causadores vem sofrendo grandes modificações desde a sua descoberta. A despeito dos avanços tecnológicos, marcadamente os ecocardiógrafos, o diagnóstico de pacientes com Endocardite Infecciosa continua sendo um desafio, com grande dificuldade para suspeição clínica. Com altos índices epidemiológicos de morbimortalidade e tratamento clínico ou cirúrgico, encontra no diagnóstico precoce o ponto chave para o sucesso do tratamento. Os autores relatam neste artigo um caso de Endocardite Infecciosa em paciente usuário de drogas ilícitas injetáveis e sem história pregressa de doença cardiovascular, que evoluiu com embolia pulmonar séptica. O ECO apontou alteração sugestiva de vegetação em valva tricúspide. A TC-Tórax apresentou nódulos pulmonares difusos com aspecto de partes moles (êmbolos sépticos). O Hemograma apontou cultura positiva para S. aureus sensível à Oxacilina. Foi iniciada conduta incluindo medidas gerais e associação de oxacilina e gentamicina. O paciente não apresentou melhora dos parâmetros clínicos, laboratoriais e radiológicos e novas culturas foram feitas, demonstrando S. aureusmultiresistente sendo iniciado Piperacilina-Tazobactam e culminando no tratamento cirúrgico com substituição biológica da valva tricúspide. Os autores concluem que o diagnóstico e tratamento precoces são determinantes para a evolução favorável da Endocardite Infecciosa.Descritores: Endocardite; Diagnóstico; Terapêutica.
Downloads
Referências
Mansur AJ. Endocardite infecciosa. ln: Barreto ACP, Souza AGMR (eds.) Cardiologia: atualização e reciclagem. Rio de Janeiro: SOCESP; 1994. 455-465.
Costa ARD, Craide H, Natividade NB, Silva MVM, Cariello LBA, Ferrari VVB. Endocardite infecciosa em portador de estenose pulmonar grave. Rev Pediatria SOPERJ 2012;13 (Suppl 1)(2):5
Haydock D, Barratt-Boyes B, Macedo T, Kirklin JW, Blackstone E. Aortic valve replacement for active infectious endocarditis in 108 patients: a comparison of freehand allograft valves with mechanical prosthesis and bioprosthesis. J Thorac Cardiovasc Surg. 1992;103:130–9.
Karchmer AW. Infective endocarditis. In Zipes D, Libby P, Braunwald E, editors. Braunwald’s heart disease: a textbook of cardiovascular medicine. 6th ed. Philadelphia: Elsevier Saunders; 2001. 1723-50.
Thiene G, Basso C. Pathology and pathogenesis of infective endocarditis in native heart valves. Cardiovasc Pathol. 2006;15(5):256-63.
Salgado AA, Lamas CC, Bóia MN. Endocardite infecciosa: o que mudou na última década? HUPE. 2013;12(Supl 1):100-109.
Habib G, Hoen B, Tornos P, Thuny F, Prendergast B, Vilacosta I, et al. Recomendações para a prevenção, o diagnóstico e o tratamento da endocardite infecciosa (nova versão 2009). Rev Port Cardiol. 2010; 29: 845-90
Moss R, Munt B. Injection drug use and right sided endocarditis. Heart. 2003;89:577-81.
Milonakis E, Calderwood S. Infective endocarditis in adults. NEJM 2001; 345 (18):1318-1330
Higgins CB, Caputo GR. Role of MR imaging in acquired and congenital cardiovascular disease. AJR 1993; 161(1):13- 22.
Miro JM, Anguera I, Cabell CH, Chen AY, Stafford JA, Corey GR, et al. Staphylococcus aureus native valve infective endocarditis: report of 566 episodes from the International Collaboration on Endocarditis Merged Database. Clin Infect Dis. 2005;41:507-14.
Julander I, Arneborn P, Back E, Hoglund C, Svanbom M. Intravenous drug addiction-staphylococcal septicemia - pulmonary embolism: a triad pathognomonic for tricuspid valve endocatditis? Scand J Infect Dis. 1983; 15(3): 257 -65.
Durack DT, Lukes AS, Bright DK. New criteria for diagnosis of infective endocarditis: utilization of specific echocardiographic findings. Duke Endocarditis Service. Am J Med.1994; 96:200-9.
Arnoni AS, Castro Neto J, Arnoni RT, Almeida AFS, Abdulmassih Neto C, Dinkhuysen JJ, et al. Endocardite infecciosa: 12 anos de tratamento cirúrgico. Rev Bras Cir Cardiovasc. 2000;15(4): 308-19.
Ribeiro DGL, Silva RP, Rodrigues Sobrinho CRM, Andrade PJN, Ribeiro MVV, Mota RMS, Torres JMS. Endocardite infecciosa valvar submetida a tratamento cirúrgico: análise de 64 casos. Rev Bras Cir Cardiovasc. 2005; 20(1): 75-80
Machado MN, Nakazone MA, Murad-Júnior JA, Maia LN. Surgical treatment for infective endocarditis and hospital mortality in a Brazilian single-center. Rev Bras Cir Cardiovasc. 2013;28(1):29-35.
Arbulu A. Tricuspid valvulectomy without prosthetic replacement: ten years of clinical experience. J Thorac Cardiovasc Surg. 1981; 82: 684-9.
Vinagre JTC, Silveira RL, Nunes CB. Endocardite infecciosa. e-Scientia 2009; 2 (2):1-3.
Arnoni AS, Almeida AFS, Caceres JFT, Jorge SC, Dinkhuysen JJ, Abdulmassih Neto C, et al. Tratamento cirúrgico da endocardite infecciosa. Rev Bras Cir Cardiovasc. 1992 ; 7(2): 136-44.
Filgueiras CL, Pascoal AT, Carvalho HF, Nunes JA. Cirurgia na endocardite infecciosa. Rev Bras Cir Cardiovasc .1997; 12 (1):10-6.
Hoppen GR, Sartori IP, Fragomeni LS. Tratamento cirúrgico da endocardite infecciosa. Rev. Bras. Gir. Gardiovasc. 10(4): 175-179, 1995
Disli OM, Karakurt C, Erdil N, Battaloglu B. Use of autologous pericardium for mitral leaflet reconstruction in a child with endocarditis. Rev Bras Cir Cardiovasc. 2013;28(2):296-8.
Bassetto S, Menardi AC, Alves Junior L, Rodrigues AJ, Évora PRB. Reflections on the 24 years durability of an isolate tricuspid bovine pericardium IMC/Braile bioprosthesis. Rev Bras Cir Cardiovasc. 2011;26(4):653-7