Violência investigada: referências de saúde no cotidiano escolar
Resumo
O Brasil adentra os anos com mais um grave desafio de Saúde Pública: a violência. Saúde pública porque afeta a saúde individual e coletiva e exige prevenção e tratamento. Visto que o tema é relevante, esse trabalho buscou analisar o tratamento dado à violência no espaço escolar, bem como a relação entre a violência que se expressa dentro e fora daquele ambiente, através da concepção do aluno sobre essa problemática. Partiu-se de um estudo realizado numa escola pública da rede estadual, em Bauru, estado de São Paulo. A escola apresenta, de forma geral, um nível socioeconômico superior ás escolas públicas estaduais, segundo questionário SARESP/2010, pois enquanto na escola quase 50% dos alunos estão situados nos níveis A e B, na diretoria de ensino do município há 29,3% e no estado 28,6% dos alunos pertencentes a esses dois níveis, sendo esses níveis os responsáveis por apresentarem a parcela da população com melhores condições socioeconômicas. A constatação de que a violência provoca transtornos biológicos, emocionais e físicos que sua dinâmica interfere no bem estar e na qualidade de vida das pessoas pressupõe uma compreensão da violência como uma rede na qual se entrelaçam diversos fatores, dos quais a escola possui dificuldades para realizar o enfrentamento de forma adequada. Verificou-se que a subjetividade com que o tema é tratado pelos alunos promove inúmeros desafios, e que a concepção por eles entendida possibilita comportamentos desadaptados no interior da escola. Neste contexto, buscou-se investigar quais as causas que levavam os alunos do Ensino Médio á contrapor essa vivência cidadã e solidária no interior da escola, em contato com outros alunos e com os professores. A ruptura do contato social, que desencadeia uma série de problemáticas como a violência escolar, evidencia uma difusão de fatores, que envolvem educadores e alunos, e consequentemente a sociedade como um todo. Sendo este um fenômeno geral, que tem ocasionado situações de desrespeito ás normas escolar e, sobretudo prejudicando a aprendizagem e o desempenho da escola, teve este à finalidade de identificar a concepção que os alunos têm sobre as questões de violência, visando desenvolver competências e habilidades, através da clarificação de crenças disfuncionais, para o melhor desempenho nas relações interpessoais, sejam elas individuais ou coletivas. Diante dessa realidade que tem como desafio a definição de uma proposta pedagógica que inclua o reconhecimento desse conteúdo, buscou-se, através de pesquisa bibliográfica e quantitativa, entender o ideário dos adolescentes que convivem neste espaço. A recomendação mais importante é que os educadores, professores e funcionários envolvidos em práticas curriculares e comunitárias, reflitam minimamente sobre as diversas possibilidades concretas de expressão, buscando informações que não estejam delimitadas pelos conteúdos sistematizados ou delegados exclusivamente a sua área de atuação e propiciar o entendimento da instituição de que a violência deve ser analisada, assistida e prevenida de maneira interdisciplinar. Embora a princípio a questão do desrespeito não tenha sido compreendida como violência, foi possível visualizar situações recorrentes desta natureza, entre, alunos e alunos, e alunos e educadores. De acordo com os principais pontos levantados, identificou-se que embora os alunos apontem a presença da violência no contexto escolar, suas ideias restringem-se a violência física e verbal, sendo necessário intervenções em relação a ampliar o repertório. A incorporação de novas concepções possibilitará um menor índice de eventos, que já puderam ser constatados mediante os índices obtidos, após o estudo. O trabalho descrito buscou oferecer referências para estratégias de enfrentamento da violência na e da escola, associada a evidenciar dados para um novo estudo, e a possibilidade de novas intervenções, que neste estudo apontaram, entre outros assuntos já abordados, a necessidade de trabalhar a auto violência (drogas, bebidas alcóolicas e cigarro) e a empatia, como um fator preventivo.Descritores: Adolescente; Saúde pública; Violência.
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Publicado
2014-10-04
Como Citar
Barontini, F., & Cavalcante, L. (2014). Violência investigada: referências de saúde no cotidiano escolar. ARCHIVES OF HEALTH INVESTIGATION, 3. Recuperado de https://archhealthinvestigation.com.br/ArcHI/article/view/742
Edição
Seção
Ciências Básicas