Oral 09: Como os bundles podem se tornar ferramentas de sustentabilidade: conheça e utilize-os

Autores

  • Paula Sílvia Biagi da Silva

Resumo

É comum surgir, de tempos em tempos, novos paradigmas no mundo corporativo que acabam alterando significativamente a maneira como as empresas se posicionam perante seus públicos e a sociedade em geral. Houve épocas em que a relação produção versus tempo era o atributo de destaque entre os concorrentes. Surgiu, posteriormente, a necessidade de humanização das marcas, dando uma maior importância à imagem e à relação com seus consumidores. Atualmente, a sustentabilidade é o modismo nas organizações. Durante muito tempo se acreditou que a sustentabilidade estaria diretamente relacionada ao meio ambiente. Seguindo esse princípio, as empresas começaram a fomentar projetos de preservação da flora e da fauna, de reflorestamento, de proteção a espécies ameaçadas de extinção, dentre outras ações pontuais que, por mais que sejam válidas, não representam, em si, o conceito mais amplo do desenvolvimento sustentável. Hoje, aceita-se que a sustentabilidade está dividida em três principais pilares: social, econômico e ambiental. Para se desenvolver de forma sustentável, uma empresa deve atuar de forma que esses três pilares coexistam e interajam entre si de forma plenamente harmoniosa. Em questões sociais os ganhos podem estar na relação ética com seus consumidores e fornecedores, em participar de forma cidadã nas comunidades que são impactadas por seu negócio, seja a sua rua, bairro ou cidade, em utilizar sua publicidade não apenas para vender seus produtos e serviços, mas também para reforçar boas práticas e cidadania. No aspecto econômico, compreender que sua empresa não é apenas uma máquina de ganhar dinheiro, mas também uma organização que é parte da qualidade de vida de seus gestores, das famílias envolvidas e das comunidades as quais atende. Apoiado nos pilares social e econômico da sustentabilidade, o conceito de bundle, especificamente na área da Saúde, surge como forma estruturada de melhorar os processos e os resultados dos cuidados para o paciente. Trata-se de um conjunto pequeno e simples de práticas baseadas em evidências que, quando executadas coletivamente e de forma confiável, melhora os resultados para os pacientes. Logo, um bundle é uma ferramenta que organiza as ações para que as pessoas saibam o que deve ser seguido para cada paciente, a todo momento, visando à otimização, simplificação e padronização das condutas clínicas. A responsabilidade e o foco são as bases da aplicação do bundle, já que devem ser avaliados periodicamente e podem ser modificados, como um planejamento estratégico, mediante as respostas dos próprios usuários e profissionais envolvidos. Desta forma, o presente trabalho exemplifica um bundle de indicação de pacientes para reabilitação oral daqueles com deficiência assistidos no CAOE – Centro de Assistência Odontológica à Pessoa com Deficiência. Definiu-se que os pacientes a serem assistidos e indicados à reabilitação serão aqueles com: 1) crises convulsivas sob controle; 2) pacientes que tenham grau de compreensão suficiente para aprenderem a conviver com as próteses, saberem higienizar e colaborarem nos procedimentos clínicos a nível ambulatorial; 3) pacientes que tenham controle motor para manter a prótese nos seus eixos e que permitam os registros e moldagens necessárias; 4) disponibilidade de retornos nas datas marcadas (disponibilidade de condução). A definição desses itens baseou-se na estratificação de risco preconizada pelo SUS e o momento atual da instituição (quadro de profissionais, número de pacientes). Espera-se que a ferramenta de gestão adotada crie parcerias ao exportar essa medida às instituições as quais o CAOE assiste, evitando-se, com isso, que os pacientes: (a) viajem desnecessariamente; (b) não ocupem ambulância, liberando a vaga para outro, reduzindo custos com combustível e reserva de ambulâncias; (c) não criem expectativas que não serão realizadas. Como benefícios para o CAOE: (a) economizar material de moldagem como gesso; (b) haverá menor solicitação de radiografias, já que os pacientes que não usarão próteses não farão esses procedimentos; (c) ocupem agendamento, liberando o profissional para outra assistência; (d) não haverá desperdício de próteses confeccionadas em laboratório, uma vez que só serão feitas se realmente forem utilizadas; (e) haverá maior credibilidade no serviço, posto que deverá existir motivo justo, coerente e único para a indicação de próteses nos pacientes; (f) tranquilizar o profissional que precisará somente seguir criteriosamente os itens determinados no bundle.

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Referências

ELKINGTON, JOHN. Sustentabilidade: Canibais com Garfo e Faca. Makron Books: SP, 2012.

Institute for Healthcare Improvement. Disponível em: .

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Publicado

2015-01-30

Como Citar

Silva, P. S. B. da. (2015). Oral 09: Como os bundles podem se tornar ferramentas de sustentabilidade: conheça e utilize-os. ARCHIVES OF HEALTH INVESTIGATION, 4. Recuperado de https://archhealthinvestigation.com.br/ArcHI/article/view/862