Efeito de cuidados médico-odontológicos preventivos e terapia antirretroviral sobre a sintomatologia da AIDS

Abstract

A síndrome da imunodeficiência adquirida mudou práticas em saúde. Entretanto, com o advento da terapia antirretroviral, a expectativa e a qualidade de vida desses pacientes melhoraram significativamente. Este estudo comparou os efeitos da terapia antirretroviral em 260 pacientes HIV-positivos atendidos entre 1995-1997 e 2009-2010 no sistema público de saúde. Os pacientes foram submetidos a exames sorológicos para a confirmação da infecção e contagem do número de linfócitos T4, bem como a determinação de carga viral. Exames clínicos intra e extrabucais foram realizados e os resultados transferidos para planilhas de contingenciamento. Desses pacientes, 159 não faziam uso de antir-retrovirais no momento do exame clínico e aprensentavam a sintomatologia clássica da síndrome, com predomínio absoluto da candidose bucal e infecções periodontais. Entre os 40 pacientes tratados com o uso de AZT, entre 1995-1997, a sintomatologia não diferiu significativamente daqueles que não recebiam terapia, onde 90% dos pacientes tratados apresentavam infecções oportunistas, candidose bucal, infecções periodontais, abscessos e 40% apresentavam infecções respiratórias e sarcoma de Kaposi. Entre os 61 pacientes submetidos ao coquetel ainti-retroviral, não foram observados casos de candidose pseudomembranosa, sarcoma de Kaposi e infecções respiratórias por leveduras e demais membros da microbiota bucal. Esses dados reforçam a idéia de que o paciente HIV-positivo controlado possui condições bucais e necessidades de tratamento semelhantes aos descritos para a população não infectada.