Histiocitose das células de Langerhans no sistema nervoso central: relato de caso incomum

Autores

  • Nicássio Silva Menezes
  • Hellen Bandeira de Pontes Santos
  • Rena Matusa de Oliveira Barros
  • Nereu Alves Lacerda
  • Tânia Regina Ferreira Cavalcanti
  • Ivana da Silva Cruz

DOI:

https://doi.org/10.21270/archi.v7i4.2947

Resumo

Introdução: A histiocitose das células de Langerhans é uma doença rara e pouco conhecida, resultante da proliferação clonal das células de Langerhans. Esta doença acomete com maior frequência crianças e suas manifestações clínicas são bem variadas. O envolvimento do Sistema Nervoso Central na histiocitose das células de Langerhans tem sido reconhecido desde os primeiros relatos da doença, porém tem baixa incidência no parênquima cerebral. Objetivo: relatar o caso de um adolescente com diagnóstico de histiocitose das células de langerhans no sistema nervoso central. Relato de caso: O paciente, com quatorze anos de idade, inicialmente, se apresentou com um abscesso de calota craniana. Ao exame de ressonância magnética, evidenciou-se a presença de lesões ósseas líticas na calota craniana e em parênquima cerebral. Os achados encontrados são inespecíficos, porém habitualmente relacionados ao quadro de Histiocitose de células de Langerhans. Foi realizado uma biópsia incisional, com um exame imuno-histoquímico que demonstrou positividade aos anticorpos anti-CD1a, anti-CD68 e anti-S100. Baseado nos achados clínicos, imaginológicos, histopatológicos e imuno-histoquímicos, foi realizado o diagnóstico de histiocitose de células de Langerhans. O tratamento foi feito com a associação de corticoide e quimioterapia. Após um ano de acompanhamento, não se evidencia recorrência da lesão e o paciente apresenta bom estado geral de saúde. Contudo, sendo a histiocitose de células de Langerhans uma doença imprevisível, o paciente deverá ser submetido a reavaliações periódicas.

Descritores: Histiocitose; Sistema Nervoso Central; Sinais e Sintomas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Ng Wing Tin S, Martin-Duverneuil N, Idbaih A, Garel C, Ribeiro M, Parker JL et al. Efficacy of vinblastine in central nervous system Langerhans cell histiocytosis: a nationwide retrospective study. Orphanet J Rare Dis. 2011; 6:83.

Gabbay LB, Leite CC, Andriola RS, Pinho PC, Lucato LT. Histiocitose: uma revisão centrada nos achados da neuroimagem. Arq Neuro-Psiquiatr. 2014;72(7):548-58.

Lima ENA, Araujo EMA, Oliveira PT, Medeiros AMC. Histiocitose celular de Langerhans oral: relato de caso com seguimento de dez anos. Braz J Otorrinolaringol. 2014; 80(4):366-7.

Monsereenusorn C, Rodriguez-Galindo C. Clinical Characteristics and Treatment of Langerhans Cell Histiocytosis. Hematol Oncol Clin North Am. 2015; 29(5):853- 73.

Iyeyasu JN, Vaz ACM, Reis F, Altemani J, Queiroz LS, Carvalho KM. Histiocitose de células de Langerhans diagnosticada em um paciente de idade avançada. Radiol Bras. 2012; 45(4):241-3.

Néel A, Artifoni M, Donadieu J, Lorillon G, Hamidou M, Tazi A. Langerhans cell histiocytosis in adults. Rev Med Interne. 2015; 36(10);658-67.

Badalian-Very G, Vergilio JA, Degar BA, MacConaill LE, Brandner B, Calicchio ML et al. Recurrent BRAF mutations in Langerhans cell histiocytosis. Blood. 2010; 116 (11):1919-23.

Go H, Jeon YK, Huh J, Choi SJ, Choi YD, Cha HJ, et al. Frequent detection of BRAF (V600E) mutations in histiocytic and dendritic cell neoplasms. Histopathology. 2014; 65 (2):261-72.

Jubran RF, Finlay JL. Langerhans Cell Histiocytosis of the Central Nervous System. Neurological Malignancies. 2012; 53(10):715-20.

Prayer D, Grois N, Prosch H, Gadner H, Barkovich AJ. MR imaging presentation of intracranial disease associated with Langerhans cell histiocytosis. AJNR Am J Neuroradiol 2004; 25(5):880-91.

Mimouni-Bloch A, Schneider C, Politi KE, Konen O, Gothelf D, Stark B et al. Neuropsychiatric manifestations in Langerhans’ cell histiocytosis disease: a case report and review of the literature. J Child Neurol. 2010; 25(7):884-7.

Rodriguez-Pereira C, Borras-Moreno JM, Pesudo-Martinez JV, Vera-Roman JM. Cerebral solitary Langerhans cell histiocytosis: report of two cases and review of the literature. Br J Neurosurg. 2005; 19(2):192–7.

Haupt R, Nanduri V, Calevo MG, Bernstrand C, Brayer JL, Broadbent B et al. Permanent consequences in Langerhans cell histiocytosis patients: a pilot study from the Histiocyte Society–Late Effects Study Group. Pediatr Blood Cancer 2004; 42(5):438-44.

Gavhed D, Akefeldt SO, Osterlundh G, Laurencikas E, Hjorth L, Blennow K et al. Biomarkers in the cerebrospinal fluid and neurodegeneration in Langerhans’ cell histiocytosis. Pediatr Blood Cancer 2009; 53(7):1264-70.

Paulus W, Perry A. Histiocytic tumours. In: Louis DN, Ohgaki H, Wiestler OD, Cavenee WK, editors. WHO classification of tumours the central nervous system. Lyon: IARC Press; 2007. p.193-6.

Donadieu J, Chalard F, Jeziorski E. Medical management of langerhans cell histiocytosis from diagnosis to treatment. Expert Opin Pharmacother. 2012; 13(9):1309-22.

Donadieu J, Rolon MA, Thomas C, Brugieres L, Plantaz D, Emile JF et al. Endocrine involvement in pediatric-onset Langerhans’ cell histiocytosis: a population-based study. J Pediatr. 2004; 144(3):344-50.

D’Ambrosio N , Soohoo S , Warshall C , Johnson A , Karimi S . Craniofacial and intracranial manifestations of Langerhans cell histiocytosis: report of findings in 100 patients. Am J Roentgenol. 2008;191:589-97.

Grois N, Prayer D, Prosch H, Lassman H, CNS LCH Cooperative Group. Neuropathology of CNS disease in Langerhans’ cell histiocytosis. Brain. 2005;128(4):829-38.

Downloads

Publicado

2018-05-14

Como Citar

Menezes, N. S., Santos, H. B. de P., Barros, R. M. de O., Lacerda, N. A., Cavalcanti, T. R. F., & Cruz, I. da S. (2018). Histiocitose das células de Langerhans no sistema nervoso central: relato de caso incomum. ARCHIVES OF HEALTH INVESTIGATION, 7(4). https://doi.org/10.21270/archi.v7i4.2947

Edição

Seção

Artigos