Tratamento cirúrgico de fraturas Le Fort I e Le Fort II em vítima de trauma por acidente motociclístico: relato de caso
DOI:
https://doi.org/10.21270/archi.v9i6.4777Abstract
O terço médio da face é funcional e esteticamente importante. De acordo com a classificação Le Fort, existem três níveis mais fracos desta região da face quando traumatizados a partir de uma direção frontal, sendo que os acidentes motociclísticos, atualmente, correspondem a causa de aproximadamente 29% destes traumas. O presente trabalho tem como objetivo relatar um caso clínico de tratamento cirúrgico de fraturas do tipo Le Fort I e Le Fort II em um paciente de 29 anos de idade, sexo masculino, vítima de acidente motociclístico, atendido no Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena (João Pessoa – PB). Ao exame físico observou-se mobilidade de maxila, degrau palpável em pilar zigomático e pilar canino, alteração oclusal com leve mordida aberta e degrau em rebordo infraorbitário direito, entretanto o paciente não apresentava nenhuma alteração ocular. Foi solicitada tomografia computadorizada como exame complementar para confirmação do diagnóstico e planejamento cirúrgico, o qual se deu como fratura Le Fort I e Le Fort II no lado direito. O paciente foi submetido à cirurgia sob anestesia geral para fixação dos pilares zigomático e canino através do acesso vestibular maxilar e rebordo infraorbitário através do acesso subciliar. Inicialmente foi feito o bloqueio maxilo – mandibular para a utilização da oclusão como ponto de referência, seguido da redução das fraturas e fixação com placas e parafusos do sistema 2.0. Sob acompanhamento pós – operatório o paciente apresentou retorno da oclusão dentro dos padrões de normalidade, recuperou a projeção da região zigomática fraturada e então recebeu alta.
Descritores: Fraturas Ósseas; Fixação de Fratura; Traumatismos Faciais.
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